As eleições municipais de 2024 trouxeram mudanças significativas e deixaram marcas profundas no cenário político. Entre as alterações mais impactantes, destacou-se o fim da Lei Seca, permitindo a venda e o consumo de bebidas alcoólicas durante os dias de votação. A flexibilização, adotada em diversas cidades, incluindo Fortaleza, gerou controvérsias: enquanto alguns apontaram para um ambiente mais descontraído, outros destacaram o aumento de incidentes relacionados ao consumo de álcool, desafiando a ordem pública mesmo com reforço na fiscalização.
Outro ponto de mudança foi a permissão para campanhas eleitorais até a véspera do pleito. Essa medida buscou alinhar o processo eleitoral à dinâmica das redes sociais e da comunicação digital, mas resultou em um aumento expressivo de carros de som, buzinaços e bandeirinhas espalhadas pelas cidades. Em Fortaleza, as calçadas e meios-fios foram tomados por bandeirinhas mal fixadas, contribuindo para a poluição visual e criando potenciais riscos de acidentes.
O processo também foi marcado por denúncias de compra de votos em diversos municípios, impulsionadas pelo uso controverso das chamadas "emendas pix". A prática expôs fragilidades na fiscalização eleitoral e levantou preocupações sobre o uso de recursos públicos como ferramenta de manipulação política.
Outro aspecto preocupante foi o aumento da violência política, com episódios de intimidação e agressões a candidatos e eleitores, gerando um clima de insegurança e tensionando o ambiente democrático. A continuidade das campanhas para o segundo turno intensificou a polarização, perpetuando a prática em vários municípios do país. Associado a isto, percebeu-se uma morosidade da Justiça Eleitoral em investigar e responder aos casos de violência e crimes eleitorais que agravou ainda mais o cenário. Em muitos casos, as decisões não acompanharam a celeridade necessária, deixando espaços para impunidade e desconfiança por parte da população.
Essas eleições trouxeram muitos desafios. Resta saber como essas experiências moldarão as reformas e ações para as eleições futuras. Será que o aprendizado de 2024 resultará em maior maturidade democrática em 2026 ou uma piora? O futuro dirá.