Estamos enfrentando, mais uma vez, um aumento alarmante no número de pacientes com problemas respiratórios, incluindo casos de Covid-19. As novas variantes ainda são pouco conhecidas, e os sintomas são variados, o que torna o diagnóstico rápido e preciso um desafio constante.
Nesse cenário, a Enfermagem está na linha de frente, sendo a porta de entrada das instituições de saúde e, infelizmente, a primeira a receber as consequências de um sistema sobrecarregado: a insatisfação da população, a escassez de insumos e medicamentos, o dimensionamento inadequado e o peso de uma demanda crescente. Enquanto a população deseja ser cuidada, os profissionais de Enfermagem desejam, acima de tudo, cuidar com dignidade e respeito.
A falta de estrutura não afeta apenas os pacientes; ela impacta diretamente o emocional e o físico dos profissionais. Muitos trabalham em condições insalubres, enfrentando jornadas exaustivas e sem o suporte necessário. A pressão psicológica é imensa, agravada pela falta de reconhecimento e por situações de violência, que têm se tornado cada vez mais frequentes.
O Conselho tem identificado um aumento preocupante nos casos de agressões contra profissionais de Enfermagem. A sensação é de que estamos recebendo uma conta que não nos pertence. Estamos lutando para salvar vidas e oferecer assistência de qualidade, mas precisamos de apoio e respeito.
O que queremos é que a sociedade compreenda que estamos pedindo socorro. Faltam equipamentos, medicamentos e, em muitos casos, até o pagamento salarial está em atraso. A Enfermagem não pode continuar sendo ignorada. Precisamos de investimentos em infraestrutura, melhores condições de trabalho e políticas públicas que valorizem verdadeiramente os profissionais.
A Enfermagem está comprometida em cuidar da população. Agora, mais do que nunca, precisamos que todos se unam para garantir que tenhamos condições dignas de trabalho. Somente assim poderemos continuar cuidando de quem precisa. A valorização da Enfermagem é um compromisso de toda a sociedade.