O povoado de "Calaboca" passou à denominação de Acarape após o acontecimento abolicionista, quando sua vizinha deixou de ter essa denominação e passou a chamar-se Redenção devido ao fato pioneiro ali ocorrido. O Topônimo de Acarape é da língua Tupi "dos acarás", com algumas variantes toponímicas, uma delas segundo José de Alencar, em tupi-guarani significa "Rio das Garças", por ser numerosa a presença delas por ali.
A distância entre Redenção e Acarape é de apenas três km, percurso muitas vezes feito a pé por moradores de ambos lugares. Pertencia ao município de Redenção conseguindo emancipar-se politicamente em 15 de abril de 1987. É também margeada pelo rio Pacoti que favorece toda região.
O vale do Acarape era repleto de propriedades rurais agrícolas onde o algodão e a cana de açúcar se destacavam. Nos engenhos e alambiques eram fabricados açúcar e cachaça de boa qualidade.
Acarape era uma comunidade com movimento econômico, através de seus sítios e engenhos, fábricas de beneficiamento de algodão (Ceará Cotton e Bezerra Lima) e de arroz (Apolônio Sales), e os dois maiores orgulhos local e regional, a Usina Cariri produtora de açúcar, e a famosa Estrada de Ferro.
Os canaviais eram abundantes. Na época do corte de cana, quando os proprietários de canaviais que não tinham engenhos, mandavam sua produção para a Usina, num movimento constante de burros e caminhões carregados de cana para ser transformada em açúcar. Era uma festa!
A Estrada de Ferro de Baturité (Rede Viação Cearense), impulsionou o então lugarejo. Iniciada na capital em 1870, passaria pelo Calaboca seguindo para Baturité. A inauguração aconteceu em 26 de abril de 1879 e foi fator de desenvolvimento para o povoado ocasionado pela chegada de funcionários da RVC, comerciantes, e a alegria da população ao ouvir o apito da Maria Fumaça, o trem suburbano que ali fazia parada e seguia a procura do Baturité. Facilitou o fluxo da economia local e de toda região do Rio Pacoti, cuja nascente se dá no Maciço.