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Rafael dos Santos da Silva: A UFC e os 76 anos dos Direitos Humanos
Opinião

Rafael dos Santos da Silva: A UFC e os 76 anos dos Direitos Humanos

Hoje, na ribalta da história há duas palavras imprescindíveis: uma é re-existência. A outra é reconciliação. A primeira significa existir novamente. A segunda visa reestabelecer harmonia entre pessoas desavindas
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Rafael Dos Santos Da Silva

Articulista da Página de Opinião

A história não é fixa, pelo contrário ela é flexível e por isso traz consigo a capacidade de mudar o presente. Olhar para o passando nos dá a oportunidade de construir algo diferente daquilo que foi registrado. Assim, ao recordar os 60 anos do Golpe civil-militar, é fundamental relembrar suas danosas consequências para a sociedade em geral, e a comunidade estudantil, em particular.

Recordar que a busca por liberdade e justiça levou as pessoas a terem direitos negados. Acessos a matrículas e bolsas de estudos interrompidos, muitos foram humilhados com colações de grau em separado, outros até punidos com expulsões arbitrarias, e alguns condenados à morte.

Hoje, na ribalta da história há duas palavras imprescindíveis: uma é re-existência. A outra é reconciliação. A primeira significa existir novamente. A segunda visa reestabelecer harmonia entre pessoas desavindas.

Com esses sentidos avivados a CDH/UFC realiza a ligação entre o passado e o presente para ressignificar o 76º dia internacional dos Direitos Humanos. Na maturidade dos seus 70 anos, a UFC se reconcilia com a democracia e com sua história homenageando 108 ex-estudantes vítimas do golpe de 64.

A ação se insere nos campos simbólico e concreto com forma de restabelecer a harmonia com o passado. Não apagando-o, mas registrando-o para refazer o agora! Sem isso é impossível a emergência do novo.

Com alegria recorremos a poesia "Pesadelo" para lembrar a resistência dos nossos estudantes, especialmente quando o libelo afirma "olha o dia de ontem chegando... que medo você tem de nós?" E desdenham afirmando: "vocês nos prendem vivos, mas escapamos mortos(...)" A eles que conheceram os limites de seus corpos e mentes nos unamos na resistência aos golpes que ainda teimam em bater à porta.

Assim, e somente assim, o passado reinventa o presente quando os Bergsons, Teodoros, Titos e as Janas; as Rosas e Helenas, os Parangabas, os Genoínos e os Petronios, quem nem mesmo a morte foi capaz de calar, hoje se erguem sobre a história a entoar: "de repente, olha nós aí de novo/Perturbando a paz, exigindo troco".

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