Ao longo dos últimos 12 meses e 3 dias, ou 369 dias, como se diria de forma literal, Dom Gregório tem exercido seu episcopado à frente da Arquidiocese de Fortaleza. Para uns, esse tempo pode parecer breve; para outros, talvez longo demais, dada a relatividade do tempo. Mas, para nós, cristãos, o tempo não é apenas uma medida cronológica. Ele é sentido e, principalmente, vivido como decurso kairológico: um tempo de graça, um tempo da ação de Deus no momento oportuno.
Como o Apóstolo Paulo nos lembra na Carta aos Romanos, “Agora, a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé” (Rm 13,11). Este momento que vivemos na Arquidiocese de Fortaleza, com a chegada de Dom Gregório, é, sem dúvida, um desses tempos de graça. Sua missão e sua presença pastoral têm sido um verdadeiro sinal de renovação para a Igreja local, como um "gregório" enviado a nós pela providência divina.
O nome Gregório, tão querido ao monaquismo, nos remete a figuras históricas de grande importância: Gregório Magno, o Papa que uniu a Igreja em tempos de grandes desafios, Gregório VII, o Papa reformador, e Gregório Taumaturgo, o eremita que dedicou sua vida ao serviço de Deus e ao anúncio do Evangelho. Cada um deles, em sua época, foi um farol de fé e transformação. Dom Gregório, vindo de Petrópolis, carrega consigo o mesmo espírito de missão, com a mesma determinação de servir e guiar o rebanho de Cristo.
Em apenas um ano de pastoreio, Dom Gregório tem mostrado a que veio. Seu ministério tem sido marcado pela proximidade com o povo. De suas visitas aos doentes e aos encarcerados, até os momentos de oração e partilha com o povo de rua e nas paróquias, o Arcebispo tem deixado claro que sua missão vai além dos muros das igrejas. Ele é um pastor presente, que caminha com os fiéis, não apenas pregando, mas vivenciando a misericórdia e a solidariedade cristã.
Além disso, a dimensão do ensino e da santificação tem sido uma constante em seu trabalho. Suas homilias e catequeses nutrem os fiéis com uma doutrina sólida e uma espiritualidade que resgata a essência do cristianismo. Como bom monge, Dom Gregório segue à risca a regra de seu pai fundador: rezar e trabalhar. E é notável como essa disciplina tem se refletido no seu dia a dia como pastor.
Ao refletirmos sobre o ano que se passou, não podemos deixar de perceber que Dom Gregório tem sido mais do que um sucessor. Ele tem semeado uma nova visão para a Arquidiocese, transformando a herança recebida em novas oportunidades de evangelização e serviço ao próximo. Como encontra-se no Evangelho, "um é o que semeia, outro é o que ceifa" (Jo 4,37). E é claro que, sob sua liderança, a semeadura tem sido abundante.
Estamos, sem dúvida, vivendo um tempo de graça, um tempo que é também uma oportunidade para refletirmos sobre nossa caminhada de fé. Que o Bom Pastor continue a guiar Dom Gregório em sua missão, abençoando seus passos e fortalecendo-o com saúde e vigor para os anos que ainda virão. Que seu pastoreio seja sempre mais profícuo, segundo o coração de Deus.