É que normalmente o silêncio está presente no meu domingo em casa. Não sei como eu convivo. Me parece que alguém escolheu que no domingo, ninguém pode trocar mensagem. É interessante pensar que após uma semana falando, alguém vai querer passar um dia em silêncio. Às vezes sou eu, às vezes é o outro.
Domingo também é o meu dia intrusivo, mas hoje, eu queria ligar para você. Eu queria saber o que você, novidade de cor primária da existência, tem a me dizer sobre o seu existir.
Almejo saber sobre isso, de forma que precisaria pedir o seu contato para ela, pois mesmo sem ela deixar, eu passo por cima, só para saber qual era o filme que você falou, na última vez que paramos para tomar
aquelas cervejas.
Gostaria de saber por que você terminou com ela, o que você, gente finíssima, tão fluido e aberto, interessante e tudo que queremos comprar, poderia ter vendido de maneira ilegal, tipo pirataria, para ela.
É que o mundo é deles para elas.
É que você me disse, mas me mostrou que o que você tinha dito, não é o que você faz. Novidade da cor dela, o seu andar revela as dúvidas que são respondidas no dançar de todes os que eu já havia trocado. Mas, amanhã, eu te ligo depois do expediente.
As pessoas precisam transitar.
Eu ainda não sei cozinhar, eu acho que um dos problemas é o tempero, eu ainda não sei temperar. Na verdade, o problema não é a comida ou o tempero, é que eu não sei o que fazer com eles.
Mas eu acho que sei conversar, acredito que sou bom em conhecer pessoas. Talvez não saiba permanecer na vida delas, mas…
Quando estou introspectivo, devo dizer, escrever, ficar em silêncio,
fazer o quê?