A economia brasileira encerra o ano de 2024 com resultados positivos, mas preocupantes para o seu o carry over para 2025. Dentre os principais resultados, o crescimento da economia em 3,5% será uma excelente vitória, assim como a redução do desemprego e da população em extrema pobreza. Podemos ainda citar a aprovação da reforma tributária sobre o consumo.
No entanto, alguns problemas não resolvidos poderão trazer dificuldades para o governo no próximo ano, senão vejamos: o primeiro ponto será a dificuldade de o governo manter o ritmo de crescimento da economia com a atual taxa de juros em níveis relativamente elevados e com as pressões inflacionárias provocadas pelo crescimento da demanda, pelo crescimento do nível do emprego e do nível da taxa de câmbio nos patamares atuais.
A expectativa é de que a inflação encerre o ano com 4,91% e atinja 4,84% no próximo ano, segundo o último levantamento do Relatório Focus, ambos acima da meta estabelecida que é de 3% ao ano, admitindo-se um viés de 1,5% acima e abaixo da meta.
Um segundo dilema será o equilíbrio das contas públicas que tem gerado preocupação ao mercado, por mais que o governo tenha constantemente defendido esse equilíbrio, cumprindo a meta fiscal e promovendo ajustes, como agora no final do ano e que foi, em parte "abortado" pelo parlamento, principalmente quando o corte se dá no andar de cima.
O Mercado insiste na promoção do ajuste das contas públicas, mas não abre mão dos benefícios fiscais dos subsídios substancias que são dirigidos às empresas com poder de lobby e "grita", quando o governo acena com a redução do valor do imposto de renda a ser pago pela parcela de menor renda e da elevação para os detentores de maior renda.
Quanto ao dilema que mais tem gerado discussões que é o nível do endividamento público, gerado pelos constantes déficits primários, concordo que deve ser uma preocupação, no entanto também considero que o mercado exagera na avaliação.
As maiores economias do mundo, as liberais ou desenvolvimentistas mantém elevado níveis de endividamento, como os Estados Unidos em 129% do PIB, Japão 264,8%, Itália 137,3%, China com 77,1% e o Brasil em torno de 80%. Claro que nos endividamos a um custo muito elevado e deveremos pagar em 2024 somente de juros cerca de R$ 800 bilhões. E aí, sobreviveremos ou resolveremos os dilemas com sucesso?