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Cibele Alexandre Uchoa: Arte-Tecnologia em museus
Opinião

Cibele Alexandre Uchoa: Arte-Tecnologia em museus

Anew media art, cujas obras são produzidas e projetadas por meio de tecnologias de mídia eletrônica, têm dominado museus e espaços culturais com montagens cada vez maiores
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Cibele Alexandre Uchoa

Articulista

Museus de todo o mundo têm registrado um aumento de público, o que, dentre muitos fatores, é um dos reflexos da arte-tecnologia e do uso de recursos digitais. Tanto há mais interesse despertado por esses novos objetos-intervenções quanto, em decorrência disso, os ambientes museais estão passando a ser frequentados por públicos que antes não se relacionavam com esses aparelhos. As exposições imersivas, vertente da arte digital contemporânea, com suas instalações em shoppings e aparatados ambientes instagramáveis, são o suco do capitalismo, mas, agora, uma massa considerável de pessoas sabe, ou pelo menos deveria saber, quem foi Van Gogh. O mercado do entretenimento ganha (e como!), mas também ganham os museus e o público, que acaba encontrando outros tantos objetos de interesse.

Apesar de as fotos e vídeos produzidas pelo público nesses espaços estarem a um passo da categoria do old, porque a casa da cafonice é bem ali, a arte se reinventa (o mercado nem se fala!), e há muito mais a ser visto na linha da arte-tecnologia. A new media art, cujas obras são produzidas e projetadas por meio de tecnologias de mídia eletrônica, têm dominado museus e espaços culturais com montagens cada vez maiores, mais interativas e com temas diversos, que vão desde coleções de obras cujo objeto é a própria humanidade ou as formas pelas quais a tecnologia impacta a vida humana; passando pelas que tecem críticas sociais e ao mercado de arte; até as destinadas ao puro entretenimento.

Apesar da possibilidade de ainda parecer inusitada aos visitantes não frequentes, há uma mudança de percepção quanto à transição do antes futurístico ao corriqueiro presente, mesmo que as obras e intervenções continuem objeto de curiosidade e espanto. Além disso, há uma mudança na forma de observação da tecnologia em museus. Se nos museus arqueológicos a tecnologia, suporte permanente à existência humana, aparece em pontas de lança e outras ferramentas utilizadas há milhares de anos, nos museus de arte contemporânea marca presença com seus mais recentes refinamentos e apropriada pela forma artística, não mais com foco em sua utilidade. E assim, na construção ou no incêndio de pontes que interconectam passado, presente e futuro, a arte parece cumprir seu papel.

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