O Janeiro Branco é um convite para refletirmos sobre a importância da saúde mental. Como psicanalista, vejo esta campanha como uma oportunidade para incentivar ações focadas no cuidado emocional, algo muitas vezes negligenciado na correria do dia a dia. O início deste novo ano traz consigo o simbolismo da renovação, e é um momento ideal para fazermos uma pausa e refletirmos sobre o que realmente importa. Criado em 2014, o movimento propõe que, assim como estabelecemos metas para a saúde física, finanças ou carreira, também devemos priorizar o bem-estar, reconhecendo que ele é essencial para uma vida plena.
Nos últimos anos, a saúde mental ganhou maior visibilidade, mas ainda enfrenta barreiras, como o preconceito e a desinformação. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), transtornos como ansiedade e depressão são as principais causas de incapacidade no mundo, afetando milhões de pessoas. No entanto, muitas delas ainda evitam buscar ajuda devido ao estigma associado ao tema. Acredito que falar abertamente sobre saúde mental é um passo crucial para quebrar esses preconceitos e incentivar todos a buscarem apoio quando necessário.
Este período também me faz refletir sobre a importância da prevenção. Pequenas mudanças no meu dia a dia, como reservar momentos para o autocuidado, praticar exercícios físicos, manter conexões sociais saudáveis e buscar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, podem gerar um grande impacto.
Empresas, escolas e instituições também têm um papel vital na promoção da saúde mental. Ambientes de trabalho saudáveis, políticas de apoio psicológico e iniciativas de educação emocional podem transformar a forma como lidamos com questões emocionais.
O Janeiro Branco, portanto, é um convite não apenas individual, mas coletivo, para que todos assumam a responsabilidade de construir uma sociedade mais empática e consciente. O que proponho é um ponto de partida: olhar para dentro, reconhecer os próprios limites e, acima de tudo, entender que buscar ajuda não é um sinal de fraqueza, mas de coragem. Afinal, cuidar da mente é cuidar da vida.