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Estela Félix: O dinheiro não entrou na minha carteirinha
Opinião

Estela Félix: O dinheiro não entrou na minha carteirinha

Para muitos, R$ 20,00 pode parecer um valor insignificante, mas para quem vive com recursos limitados, é essencial. No meu caso, era a garantia de locomoção pela cidade, um direito básico que foi negado
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Estela Félix

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No dia 14 de janeiro, às 12h48, tentei realizar uma recarga de R$ 20,00 na minha carteirinha de estudante em um terminal de transporte público na cidade de Fortaleza. O valor foi debitado da minha conta via Pix, mas não foi creditado na carteirinha e acusou no sistema como se eu não tivesse pagado a recarga.

Como estudante e usuária do transporte público, essa situação foi um grande transtorno, já que dependo desse serviço para estudar, trabalhar e me deslocar pela cidade.

Após aguardar 24 horas, enviei um e-mail formal para a empresa relatando o ocorrido e solicitando o reembolso, que é meu direito. O único retorno que recebi foi uma mensagem pedindo meus números de telefone, o que só aconteceu depois que mencionei recorrer ao Procon e ao Reclame Aqui.

Mesmo fornecendo os dados solicitados, não houve mais respostas. Apenas no dia 16, às 15h48, mais de 48 horas depois, o valor foi finalmente devolvido.

Esse episódio expõe os desafios que muitos jovens enfrentam para acessar serviços básicos.

Para muitos, R$ 20,00 pode parecer um valor insignificante, mas para quem vive com recursos limitados, é essencial. No meu caso, era a garantia de locomoção pela cidade, um direito básico que foi negado por horas de descaso.

Eu consegui aguardar passar de 48h e tive como ir aos meus compromissos profissionais e pessoais, mas muitos jovens não possuem esse mesmo privilégio.

Para quem depende exclusivamente do transporte público, ficar sem o dinheiro da carteirinha significa não poder ir à aula, faltar ao trabalho. Ou, em muitos casos, ter que enfrentar longas distâncias a pé, mesmo sob sol ou chuva. Essas situações geram não apenas prejuízo financeiro, mas também físico e emocional.

Compartilho este relato para encorajar outros jovens que possam passar por situações semelhantes. O Procon-CE, por exemplo, está localizado na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e é um aliado fundamental para assegurar nossos direitos.

Denuncie! É um direito nosso ter, sim, o crédito em nossa carteirinha!

 

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