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Emmanuel Furtado: A mulher que enquadrou Trump
Opinião

Emmanuel Furtado: A mulher que enquadrou Trump

A Bispa de Washington, Mariann Edgar Budde, falou sobre a América polarizada, pugnando pela busca da igualdade e observância da dignidade humana previstas nos regramentos dos Estados Unidos
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Emmanuel Furtado. Professor Titular da UFC e Desembargador di Tribunal Regional do Trabalho da 7.ª Região-CE. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Emmanuel Furtado. Professor Titular da UFC e Desembargador di Tribunal Regional do Trabalho da 7.ª Região-CE.

Depois das absurdidades escarradas pelo novo presidente dos EUA, nos vários pronunciamentos de sua posse como dirigente da maior potência do planeta, eis que em cerimônia religiosa, ainda por conta dos eventos da posse, o prepotente e desvairado chefe da nação americana teve que empurrar, goela abaixo, sermão-discurso de uma mulher franzina, desprovida da milionésima parte do poder e da fortuna do criminoso Trump (já foi julgado e condenado, mas pelas leis dos EUA não há impeditivo para o exercício da presidência), palavras essas que congregam o pensamento de milhões, ou até bilhões de pessoas, que se viram representadas pela coragem dessa mulher de fibra.

A Bispa de Washington, Mariann Edgar Budde, iniciou sua fala fazendo menção à cultura do desprezo generalizado pelo ser humano, que levará à destruição de todos nós. Falou sobre a América polarizada, pugnando pela busca da igualdade e observância da dignidade humana previstas nos regramentos daquele país. Disse ser necessário construir a nação sobre os alicerces da unidade, os quais asseverou serem três.

Honrar a dignidade de cada ser humano, significando deixar de zombar, ou demonizar a figura do semelhante, do qual se possa discordar de seu pensamento; primar pela honestidade, tanto na conversa privada quanto no discurso público. Que é responsabilidade de todos falar a VERDADE; o terceiro alicerce é a humildade, pois somos todos seres humanos e, portanto, cometemos erros.

Fez um apelo final ao prepotente presidente: para que tivesse misericórdia dos americanos que agora estão com medo. Crianças, gays, lésbicas e transgêneros, sejam democratas ou republicanos, temem por suas vidas. Também mencionou as pessoas estrangeiras, que fazem os trabalhos mais humildes e singelos, em favor dos americanos mais abastados, asseverando que a grande maioria dos imigrantes não é composta de criminosos (como ele, Trump, o é). Pagam seus tributos, são bons vizinhos, frequentando templos e igrejas, ainda que não tenham os documentos necessários para a permanência no país.

Foi um tapa na cara, bem merecido, desse monstro que está à frente dessa imensa potência mundial, que talvez só a coragem feminina fosse capaz de fazer nesse contexto. Deus salve o planeta!

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