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Rafael Santana: Continue sorrindo
Opinião

Rafael Santana: Continue sorrindo

Para os americanos, o sentimento é de realização, já para outros, o medo tomou conta. E o mesmo se aplica para os brasileiros, a qual se identificou com o discurso de Trump, ou, enxergou o verdadeiro perigo de suas palavras
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Rafael Santana

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O dia 20 de janeiro foi marcado pela volta de Donald Trump a presidência dos Estados Unidos, trazendo com si a promessa de "uma era de ouro" para uma das maiores potências do mundo. O presidente é a 47° pessoa a assumir a Casa Branca, e primeiro condenado pela Justiça a ocupar esse espaço.

Durante a cerimônia, Donald Trump prometeu que seu governo encerrará qualquer política de identidade de gênero ou de afirmação racial. Além disso, ele começou o processo de retirada dos EUA do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS). As consequências disso? Ainda vamos descobrir.

Um reforço na segurança da fronteira com o México foi anunciado, mostrando uma postura ainda mais rígida de Trump em relação à imigração ilegal. Seus planos também são "retomar" a liberdade de expressão no país e acabar com a censura e perseguição que ele afirma haver lá. Para isso, ele conta com a parceria de grandes nomes, presentes na cerimônia, como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos.

Elon Musk não ficou de fora dos noticiários, o motivo? Uma possível saudação nazista durante o seu discurso. Isso tudo é só a ponta do iceberg. Colegas jornalistas e pesquisadores marcaram a semana discutindo os impactos, e o futuro dos EUA, após esse dia 20 de janeiro, mesma data em que é celebrada o dia de Martin Luther King.

Para os americanos, o sentimento é de realização, já para outros, o medo tomou conta. E o mesmo se aplica para os brasileiros, a qual se identificou com o discurso de Trump, ou, enxergou o verdadeiro perigo de suas palavras. Para além de jornalista em formação, sou atravessado por diversas questões, como raça, sexualidade e classe social, que me faz enxergar com clareza o que está acontecendo, e o que precisa ser feito.

Em um desabafo sobre os meus receios, principalmente por enxergar uma parte da juventude replicando e concordando com esses ideais, fui lembrado de continuar sorrindo, como Eunice Paiva fez, como muito dos meus continuam fazendo. A educação e a consciência como indivíduo, em todas as faces que ocupa, é o caminho. Entender o passado é o primeiro passo, depois é reconhecer o que ainda falta a ser conquistado, regredir não é a resposta.

Acredito na juventude, em uma que quer ser melhor daquela que foi antecedida. A maior "arma" é se comunicar com a verdade. A bispa de Washington, Mariann Edgar Budde, pediu a Trump "misericórdia". Eu? Peço que continuem sorrindo.

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