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Felipe Sarinho: Torcidas violentas e clássicos nordestinos
Opinião

Felipe Sarinho: Torcidas violentas e clássicos nordestinos

Os clubes devem cortar relações com essas torcidas e reforçar campanhas pela paz nos estádios. Já os atletas podem contribuir evitando a associação com torcidas violentas
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Felipe Sarinho

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Em fevereiro de 2025, confrontos violentos entre torcidas organizadas ocorreram no Recife e em Fortaleza, evidenciando desafios na segurança pública. No Recife, antes do Clássico entre Santa Cruz e Sport, torcedores entraram em confronto em diversas áreas da cidade, resultando em 12 feridos e 14 detidos. Em Fortaleza, antes do Clássico entre Fortaleza e Ceará, torcidas rivais brigaram nos arredores da Arena Castelão, com a detenção de cerca de 100 pessoas, incluindo líderes de torcidas organizadas em ambos os casos.

A resposta policial variou entre as cidades. No Recife, mesmo com indícios de conhecimento prévio dos riscos, os confrontos ocorreram em vários pontos sem prevenção eficaz. Em Fortaleza, a intervenção foi mais rápida e eficiente, garantindo um controle maior da situação.

O poder público enfrenta o desafio de fomentar o desporto e garantir a segurança. A Constituição determina que é dever do Estado incentivar a prática esportiva e preservar a ordem pública. Especialistas sugerem estratégias como inteligência policial para evitar tumultos, combate ao financiamento de torcidas violentas e uso de tecnologia para identificação de envolvidos.

Os Ministérios Públicos e Tribunais de Justiça de Pernambuco e Ceará atuaram para extinguir torcidas organizadas violentas. No entanto, mesmo banidas, seguem ativas sob novos nomes.

Os clubes e os atletas desempenham papel crucial. Os clubes devem cortar relações com essas torcidas e reforçar campanhas pela paz nos estádios. Já os atletas podem contribuir evitando a associação com torcidas violentas, não utilizando vestimentas com seus símbolos ou comemorando gols com gestos alusivos.

A competições futebolísticas podem voltar a ser um ambiente de saudável diversão, haja vista que, apesar da gravidade dos incidentes ocorridos nas cercanias dos Estádios do Arruda (em Recife) e da Arena Castelão (em Fortaleza), os jogos transcorreram sem registros de violência entre os torcedores nas arquibancadas, demonstrando que um futebol seguro e pacífico é possível, e permitindo que a paixão pelo esporte seja vivida sem violência.

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