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Luigi Morais: A sindicalização e a luta por saúde pública
Opinião

Luigi Morais: A sindicalização e a luta por saúde pública

A luta por saúde pública de qualidade não pode ser travada individualmente. Cada profissional (médicos, enfermeiros, técnicos ou agentes comunitários) é peça indispensável nesse sistema
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Luigi Morais. Presidente interino do Sindicato dos Médicos do Ceará. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Luigi Morais. Presidente interino do Sindicato dos Médicos do Ceará.

A crise que a saúde pública enfrenta em Fortaleza, no Ceará e em todo o Brasil é uma realidade que exige ação coletiva. Essa situação, marcada por precariedade estrutural, falta de insumos, superlotação e atrasos de pagamentos, escancara não apenas a negligência com os direitos dos profissionais de saúde, mas o impacto direto dessa negligência na vida da população que depende do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os sindicatos da área da saúde, como o Sindicato dos Médicos do Ceará, têm a obrigação de ir além da defesa de benefícios diretos dos profissionais que representam. A missão sindical é atuar como voz ativa na reivindicação de melhores condições de trabalho, que resultem em um atendimento mais digno à população. Não há como dissociar o bem-estar dos profissionais da qualidade do serviço prestado.

A luta por saúde pública de qualidade não pode ser travada individualmente. Cada profissional (médicos, enfermeiros, técnicos ou agentes comunitários) é peça indispensável nesse sistema. No entanto, é somente por meio da união das classes, articulada pelos sindicatos, que conseguimos força suficiente para reivindicar mudanças estruturais.

O Ceará tem vivenciado episódios que ilustram claramente a importância dessa atuação. A falta de insumos e de profissionais em unidades de saúde denunciados pelo Sindicato em diversos municípios, os recorrentes atrasos salariais e as dificuldades enfrentadas no Instituto Dr. José Frota (IJF) são exemplos concretos de que a saúde pública está em colapso.

A sindicalização, nesse contexto, é a ferramenta que permite resistir a essas adversidades e projetar mudanças reais. Reivindicar melhores condições de trabalho é reivindicar respeito ao usuário do SUS, ao trabalhador da saúde e à ideia de que a saúde é um direito fundamental. A luta sindical é, portanto, uma luta de todos — profissionais e sociedade — pela dignidade no atendimento, pela valorização da saúde pública e pela construção de um sistema mais justo e eficiente.

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