Leio todos os dias nas redes sociais notícias e balanços estonteantes sobre o mundo belicoso, demolidor de acordos e valores humanitários, declaradamente nazifascista e inimigo de liberdades, direitos, esperanças e utopias fraternas que nos ameaça a existência. É de fato uma conjuntura difícil e não há como não concordar com todos os alertas e advertências nela inscritas sobre os riscos quase incontornáveis que corremos como indivíduos, grupos e coletividades no cinzento mundo atual.
No entanto, não consigo deixar de pensar que propósitos maléficos não são a única força em atuação nessa assustadora realidade. Onde há impérios em processo de ruína, sempre está a ser desenhada a nova face da história, o que nos apavora porque não sabemos o desfecho desse porvir.
Podemos, contudo, escolher a coragem do enfrentamento e dizer não ao medo paralisante. Que vençam as forças do bem nesse bang-bang destrutivo que imagina ser possível retroceder ao passado de horrores do século XX sem que haja oponentes à altura, dispostos a dar outro rumo ou destino ao planeta Terra, que não seja a destruição pura e simples, o autoritarismo, a massificação, a robotização e estupidificação da razão, em nome da irracionalidade prepotente e imperialista de sempre.
Ameaças de reorganização do mapa das nações, de perseguição a povos e etnias deslocados dos seus locais de origem, de construção de barreiras e muros para garantir a separação de territórios e usufruto de riquezas, de propagação de ameaças de guerra e genocídios, de supremacia de uma nação sobre as outras, tudo isso já foi tentado historicamente e sabemos muito bem ao que conduz.
Afrontamentos belicistas e imperialistas são recursos muito próximos da covardia e bem distantes da coragem pacificadora de contornar desafios e obter vitória por meio da diligência responsável, a favor da vida e contrária a morticínios injustificáveis. Precisamos de luzes e atitudes potentes para reverter tendências tão catastróficas e desanimadoras. Por sorte há muitas nações interessadas na paz e bilhões de indivíduos apostando na edificação de um futuro melhor, onde vença a inteligência que nos foi naturalmente dada.