Ao analisarmos o Brasil desde sua redemocratização, podemos reconhecer os inúmeros avanços e conquistas que marcaram nossa trajetória. Nos anos 1980, garantimos o restabelecimento da democracia e elaboramos a Constituição Cidadã. Na década seguinte, o Plano Real combateu a in ação e trouxe estabilidade econômica. Políticas sociais bem-sucedidas reduziram a miséria e a fome nos anos seguintes. Reformas essenciais, como a da Previdência e a tributária, foram implementadas. Sabemos que, apesar dos desafios, avançamos.
Mas o que desejamos para o futuro? O Brasil tem urgência e potencial para progredir ainda mais. No entanto, é fundamental definir prioridades.
A "insegurança pública" é uma realidade. Enfrentamos uma epidemia de violência, marcada por roubos, homicídios, feminicídios e estupros, além da crescente influência das organizações criminosas. Para combater esse cenário, é essencial promover a integração e o diálogo entre as instituições. O Brasil precisa encontrar caminhos e oferecer respostas concretas à sociedade.
Em novembro, Belém (PA) sediará a COP30, consolidando o Brasil como um protagonista na defesa do meio ambiente. A agenda ambiental é global e não podemos seguir na contramão. Governos devem promover a restauração ambiental e garantir o cumprimento da legislação. O setor produtivo, por sua vez, precisa adotar e incentivar práticas sustentáveis.
A tecnologia revolucionou a relação do cidadão com o trabalho e a geração de renda. Em 2009, o Brasil contava com apenas 44 mil MEIs. Hoje, são quase 16,5 milhões. O Brasil é uma nação empreendedora. Micro e pequenas empresas representam quase 30% do PIB e mais da metade dos empregos com carteira assinada.
Os governos devem oferecer suporte a esses brasileiros que acreditam e investem no país, facilitando o acesso ao crédito e promovendo a simplicação tributária. Além disso, o espírito empreendedor deve ser incentivado desde cedo, inclusive nas escolas.
Por fim, destaco uma das maiores conquistas do Brasil nas últimas quatro décadas: o SUS, um patrimônio da população brasileira. O acesso à saúde de qualidade precisa ser continuamente fortalecido para atender todos os brasileiros e brasileiras, sem exceção. Para construir o futuro, o Brasil precisa olhar para si, de definir suas prioridades e dialogar com respeito sobre o que deseja ser. E, mais do que isso, é preciso agir para alcançar essas metas. A afinal, é assim que se constrói uma democracia plena: juntos.