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Vacinas e o acesso global
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Eleita uma das dez melhores executivas do Brasil, Anette de Castro é vice-presidente da Mallory. Líder e cofundadora do Grupo Mulheres do Brasil

Vacinas e o acesso global

O Fórum reforça a importância de ações coordenadas e contínuas para que a imunização alcance cada vez mais pessoas, salvando vidas e promovendo equidade em saúde
Tipo Opinião
Vacina contra poliomielite: "gotinha" é substituída por dose injetável, a mudança foi determinada pelo Ministério da Saúde (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Vacina contra poliomielite: "gotinha" é substituída por dose injetável, a mudança foi determinada pelo Ministério da Saúde

Esta semana, o Rio de Janeiro sediou o Fórum Global de Pesquisa sobre Vacinas e Imunização (GVIR), reunindo autoridades de destaque mundial na área de vacinação para discutir prioridades de desenvolvimento, custos e a acessibilidade das vacinas à população. O evento marca um momento importante para a saúde global, ao evidenciar os desafios enfrentados por diferentes países e as soluções possíveis para ampliar o acesso.

Um dos principais temas em debate é a preocupação com os altos custos de regulamentação, que muitas vezes se tornam barreiras à inovação e à produção de vacinas em larga escala. Por isso, surgem discussões para que essa responsabilidade seja assumida por entidades sem fins lucrativos, o que poderia reduzir custos e aumentar a disponibilidade de vacinas para populações vulneráveis. A busca por modelos sustentáveis e inclusivos tem ganhado força entre os participantes do fórum.

Desde seu lançamento, em 2000, a Aliança Global de Vacinas (GAVI), apoiada pela Fundação Gates, estima ter salvado mais de 154 milhões de vidas — o equivalente a uma vida a cada seis minutos. Essa marca reforça a importância de manter os investimentos em imunização. No entanto, ainda resta a pergunta: como garantir que todos os que precisam tenham acesso às vacinas?

Este ano, o Grupo Mulheres do Brasil apresentou um abstract sobre seu trabalho iniciado no final de 2024, voltado à eliminação do câncer de colo de útero. Essa doença, que mata uma mulher a cada 90 minutos, pode ser evitada com a vacina contra o HPV. O grupo atua na base comunitária, promovendo campanhas de vacinação, conscientizando sobre a importância da prevenção e facilitando o acesso a exames como o Papanicolau, além de uma solução tecnológica e um observatório de dados para facilitar a análise e, consequentemente, a assertividade no cumprimento das metas.

Durante o congresso, destacou-se o impacto da colaboração entre sociedade civil, poder público e setor privado. O Ceará, por exemplo, avança como um dos primeiros estados rumo à eliminação da doença. Unidos, seguimos protegendo a saúde das mulheres e das futuras gerações.

O Fórum reforça a importância de ações coordenadas e contínuas para que a imunização alcance cada vez mais pessoas, salvando vidas e promovendo equidade em saúde. A esperança está na ciência, mas o impacto real depende do nosso compromisso coletivo em transformar conhecimento em acesso e campanhas em proteção concreta para toda a população.

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