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Câncer na boca e no dente: prevenção e diagnóstico
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Câncer na boca e no dente: prevenção e diagnóstico

No Brasil, o câncer de boca já é o oitavo mais frequente, mesmo sendo ainda pouco conhecido pela maior parte da população
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Davi Cunha. Cirurgião-dentista. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Davi Cunha. Cirurgião-dentista.

Em 8 de abril, Dia Mundial de Combate ao Câncer, é fundamental ampliar a conscientização sobre um tipo frequentemente negligenciado: o câncer de boca, com ênfase especial no câncer de dente. Muitas vezes diagnosticado tardiamente, ele é uma das formas mais agressivas da doença, mas apresenta chances de cura significativamente maiores se detectado precocemente.

Embora o câncer de dente seja menos comum, é essencial compreender o panorama geral do câncer oral para enfatizar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acompanhamento profissional. Em geral, as principais causas estão relacionadas ao tabagismo, ao consumo excessivo de álcool e à exposição ao vírus HPV, além de condições de higiene bucal inadequadas e do uso de próteses dentárias mal ajustadas — fatores que aumentam consideravelmente o risco de lesões malignas na boca e nos dentes.

No Brasil, o câncer de boca já é o oitavo mais frequente, mesmo sendo ainda pouco conhecido pela maior parte da população. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, até o final de 2025, a previsão é de que mais de 15 mil pacientes sejam diagnosticados com a doença. O índice de óbito também é considerado alto, entre 43% e 45%, e o grande problema desse percentual ainda é o diagnóstico tardio.

A doença, que costuma atingir fumantes crônicos a partir dos 45 anos, com maior prevalência entre os 50 e 60 anos, pode afetar diversas regiões da cavidade oral, como lábios, gengivas, língua, palato e os dentes. Os sintomas são muitas vezes sutis e fáceis de ignorar, o que torna o diagnóstico precoce desafiador. No entanto, alguns sinais, como feridas que não cicatrizam após duas semanas, manchas vermelhas ou brancas na mucosa bucal, dor persistente ao mastigar ou engolir, dificuldades para falar e perda de dentes sem explicação aparente, devem ser observados com atenção.

Os dentistas desempenham um papel vital na identificação de lesões precoces e na orientação sobre medidas preventivas, que são sempre os maiores aliados na luta contra o câncer bucal e dentário. Ao buscar acompanhamento profissional e adotar um estilo de vida saudável, podemos aumentar as possibilidades de prevenção e de recuperação, com grandes chances de cura.

 

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