Sete anos após o início da guerra comercial lançada por Donald Trump, seus efeitos continuam moldando, de forma inquietante, a economia global em 2025. O discurso de "America First" prometia fortalecer a indústria americana, conter a ascensão da China e corrigir desequilíbrios comerciais históricos. Mas o que se revelou foi uma estratégia marcada por confrontos, incertezas e efeitos colaterais duradouros.
Na prática, as tarifas impostas a bilhões de dólares em produtos chineses e a retaliação imediata de Pequim transformaram o comércio internacional em um campo de batalha. O resultado foi um custo elevado para as empresas, sem o benefício claro de uma recuperação industrial sustentável.
Além disso, a escalada das tensões comerciais não se limitou à China. Outros parceiros históricos dos EUA, como a União Europeia e até aliados asiáticos, passaram a adotar medidas protecionistas para se defender da imprevisibilidade americana.
Hoje, em 2025, o cenário é de fragmentação. A China avançou em sua autossuficiência tecnológica e diversificou suas relações comerciais, reduzindo a dependência do mercado americano. Os Estados Unidos, por sua vez, tentam reconstruir pontes comerciais, mas enfrentam resistência de países que passaram a negociar diretamente entre si, sem priorizar Washington. O protecionismo exagerado acabou isolando os EUA de certas cadeias produtivas estratégicas, diminuindo sua influência.
É preciso reconhecer: Trump levantou questões legítimas sobre práticas comerciais desleais e o papel da China na economia global. No entanto, ao invés de buscar soluções multilaterais para corrigir distorções no comércio internacional, optou pelo embate unilateral e pela imposição de tarifas como arma política. Esse caminho não apenas falhou em gerar os benefícios prometidos, mas também aprofundou divisões e incertezas no cenário global.