Temos em Mateus e Lucas esta exortação de Jesus: "Deixai que os mortos enterrem seus mortos". O Mestre aproveitou o respeito e a comoção do enterro para reforçar a principal finalidade da vida: a evolução do espírito imortal. Mas no Ceará nem os mortos estão mais livres da ação do crime, que teve a audácia de invadir um velório, ateando fogo ao caixão, impedindo a família de concluir o enterro. Barbárie, faroeste, Idade Média? O que mais falta para o governador ter a humildade de reforçar ao presidente (do seu partido!) o meu pedido de imediata intervenção federal fundamentado em 20 laudas que já está há 20 dias na mesa de Lula? Chacinas e extorsões do poder paralelo das facções nas comunidades já viraram rotina em nosso Estado.
Uma das atividades mais perseguidas pelo crime são os provedores de internet com destruição total de equipamentos e veículos. Em Fortaleza e Caucaia, 19 bairros ficaram isolados, sem conexão, pela omissão e incompetência do governo petista. Circula um vídeo - talvez seja por isso que o PT queira regular as redes, via PL da Censura (para a verdade não ser entregue à população) - dizendo que serão retirados todos os cabos nos bairros da Capital e que só a "CVNet" continuaria. Muitas empresas já foram embora gerando desemprego em massa para os cearenses. No Centro da cidade, quase todos os comerciantes são extorquidos.
Estamos mergulhados no caos em que a população está sendo violada em seu sagrado direito de "ir e vir". Em 2024 atingimos 35,9 assassinatos por 100 mil habitantes. Segundo padrões intencionais, um índice superior a 10 já configura uma epidemia. Recentemente, no 2° Congresso do Cariri, o desembargador Raimundo Nonato da Silva (TRE-CE) fez a seguinte declaração: "O Estado Legal foi engolido pelo estado marginal".
Em 2020, no governo de Camilo Santana foi necessária uma ação federal pela Garantia da Lei e da Ordem (GLO) quando a Força Nacional permaneceu no Estado por 16 dias até o restabelecimento da normalidade.
Diante de um quadro tão sério de descontrole da criminalidade, deve prevalecer o espírito público por parte do presidente e do governador. Não se trata aqui de uma questão ideológica de "esquerda X direita" ou "contra ou a favor do governo", e, sim, de cuidar pela vida dos nossos conterrâneos. E, para isso, precisa reconhecer urgente a incapacidade de enfrentar as facções e pedir socorro ao Governo Federal para evitar mais tragédias. Enquanto é tempo! Paz & Bem!