Será que Pero Coelho, construtor do Forte São Thiago (1603), Martins Soares Moreno, construtor do Forte São Sebastião (1608) e Matias Beck, construtor do Forte Schoonemboch (1649), posterior Forte Nossa Senhora de Assunção (1654), denominação portuguesa pós ocupação de Álvaro de Azevedo Barreto, imaginaram que da semente, próximo a praia, de um destes Fortes brotaria a cidade Fortaleza?.
A visão de defesa foi o eixo central do projeto, sendo o forte a simbologia de uma construção militar de ocupação e domínio do território.
Ao redor da principal fortificação erguida emergiria um povoado que passaria a vila no dia 13 de abril de 1726, chamada Fortaleza. Estes primeiros colonizadores chegaram na parte mais bela do Estado do Ceará, o litoral e vislumbraram desde o monte Marajaik (rincão das palmeiras no tupi) uma paisagem deslumbrante da praia Formosa.
Eles certamente tiveram a mesma sensação do turista que olha um ambiente exuberante pela primeira vez, a emoção do viajante, a psicologia do forasteiro no dizer de Grahan Daan em seu livro a psicologia do turista. Ali encontrou conscientemente o ponto estratégico de defesa, mas inconscientemente posicionou num lugar onde a paisagem da futura cidade daria uma feição nitidamente turística.
Desde a passagem de vila até o ano de 1823 quando Fortaleza virou cidade, se deduz de escritos do historiador Raimundo Girão em Geografia Estética de Fortaleza, que a organização urbana direcionaria o desenvolvimento da cidade não somente para o comercio e a indústria.
Num momento tardio a cidade se voltou de frente para o mar tornando-se uma das mais agradáveis cidade turística da América do sul, no dizer de Voit Gilmore, presidente da Asta, quando esteve aqui em seminário na Fiec, na década de 80 a convite de Juraci Magalhães.
Fortaleza, a esquina do mundo no dizer do publicitário e poeta Augusto Pontes e na visão além de seu tempo de Alex Periscinoto em seu Projeto GO SOUTH AMERICA, indicava Fortaleza como o principal GATE WAY do Brasil, baseado em profundos estudos do maior piloto feminina dos EUA, Emília Eihart, funcionária da Pan American Airlines.
O melhor presente que se pode dar a Fortaleza é sem sombra de dúvidas torná-la uma FORTALEZA no cenário turístico mundial diante de sua forte vocação natural. n