Vivemos tempos assombrosos, com o avanço da extrema-direita em todo o mundo. E com o retrocesso proposto por eles, está, claro, ataque às pessoas com deficiência.
Recentemente, em Portugal, deputados do partido de extrema-direita "Chega" chamaram uma colega parlamentar, que é cega, de "aberração" e "drogada". Na Argentina, o governo de Milei classificou no Diário Oficial pessoas com deficiência como "idiotas", "imbecis" e "débeis mentais". Nos Estados Unidos, Donald Trump desativou todos os programas do governo voltados para o atendimento de pessoas com deficiência. Ainda na terra do tio Sam, o todo-poderoso Elon Musk usou o "X", sua rede social, para criticar um ativista com deficiência que havia feito comentários à sua gestão à frente dos recursos americanos. Detalhe que o Musk não rebateu os argumentos do ativista, mas usou sua deficiência para atacá-lo.
Esses fatos não são isolados, e não é a primeira vez que acontecem.
No fim da década de 1930, sob o regime de Adolf Hitler, pessoas com deficiência foram retiradas do seio de suas famílias e levadas para laboratórios, onde os nazistas as submeteram aos mais diversos tipos de experimentos. Além disso, milhões de pessoas com algum tipo de deficiência foram exterminadas em campos de concentração. Isso é relatado no livro "A sétima porta", de Richard Zimler.
É preciso que todas as pessoas com um pingo de bom senso se unam, independentemente de corrente política, para impedir o avanço desses extremistas. Não podemos deixar acontecer novamente a mortandade de milhões de pessoas por serem consideradas "anormais". É preciso, sobretudo, que os líderes de igrejas abram os olhos para o que está acontecendo. Infelizmente, os templos religiosos, principalmente os neopentecostais, estão servindo de locais de formação de novos extremistas.
Em pleno século XXI, quando temos acesso a tanta informação, é inadmissível que o mundo passe por um retrocesso tão significativo.
Parece que estamos perdendo a civilidade humana, e isso não pode ser normalizado. n