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A segunda-feira foi diferente. Trabalhei em casa. Liguei o mesmo computador e fiz o mesmo trabalho.

Não enfrentei a chuva da manhã, o trânsito caótico, buzina de carro, motorista estressado, semáforos quebrados, buracos na pista ou o risco de bater o carro, sofrer um acidente. Também não poluí o ambiente.

Trabalhei sob o cantar dos pássaros. Uma sinfonia. Silêncio e concentração. No presencial, haveria barulho de conversas, ruído ensurdecedor do ar condicionado. Caos.

Naquela manhã, o sol apareceu, anunciando a alegria de trabalhar com a luz clara, natural e viva. Até li, em algum estudo científico, que o contato com a luz solar faz bem todo o sistema do corpo.

Totalmente diferente da luz artificial, forte, invariável, triste, deprimente e fria das lâmpadas do local de trabalho. Sem janelas, contato com o externo: só paredes, tetos e a luz artificial do ambiente fechado.

No "home office", a ventilação natural soprava o quarto. No presencial, ou era muito frio, um iglu, ou era extremamente quente. Isso por conta das intermináveis guerras e gritos pela temperatura do ar-condicionado. Seguimos reféns, 8 horas por dia, fazendo o mesmo que faríamos em casa.

Naquela segunda, vesti roupas leves. No presencial, calça, camisa, sapato apertando o pé por 8 horas. Que saudade meus queridos pés estavam de uma chinela, em casa, o dia inteiro. No fim do expediente, às cinco e um, eu estava em casa. Lanchar, treinar, descansar. Viver.

No presencial, uma guerra no trânsito, quilômetros de engarrafamento, estresse, poluição sonora, visual e ambiental para chegar em casa. Perderia uma hora, por fazer o mesmo que faria em casa. Não tem sentido.

Sigo, aqui, às cinco e oito, concluindo este texto, pós-home office. No presencial, estaria no mesmo do quarteirão, no trânsito.

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