Logo O POVO+
Priscilla Figueiredo: Planejamento familiar e economia cearense
Opinião

Priscilla Figueiredo: Planejamento familiar e economia cearense

No Ceará, onde muitas enfrentam dificuldades para acessar contraceptivos de longa duração, políticas públicas podem reduzir a evasão escolar e profissional decorrente de gravidezes não planejadas
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Priscilla Figueiredo. Médica e ex-prefeita de Quiterionópoles. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Priscilla Figueiredo. Médica e ex-prefeita de Quiterionópoles.

O planejamento familiar tem um impacto econômico significativo na vida das mulheres cearenses e de outras regiões do Brasil. O Ceará tem avançado nas políticas públicas de distribuição de renda e apoio às famílias, mas desafios socioeconômicos e culturais ainda limitam o protagonismo feminino. Nesse contexto, o planejamento familiar é essencial para o empoderamento econômico das mulheres.

Com acesso a métodos contraceptivos e informações sobre planejamento familiar, as mulheres podem decidir quando e quantos filhos terão, permitindo maior investimento em educação e carreira, o que aumenta suas chances de ingressar e permanecer no mercado de trabalho. No Ceará, onde muitas enfrentam dificuldades para acessar contraceptivos de longa duração, políticas públicas podem reduzir a evasão escolar e profissional decorrente de gravidezes não planejadas.

Famílias menores tendem a ter menos despesas, melhorando a qualidade de vida e reduzindo a pressão financeira. Em um estado onde muitas mulheres são chefes de família, o controle sobre a natalidade pode contribuir para uma distribuição mais eficiente dos recursos. Isso ajuda a reduzir a pobreza, permitindo mais investimentos em educação e saúde dos filhos, impulsionando o desenvolvimento econômico da família e da comunidade.

O planejamento familiar também fortalece a autonomia feminina e a liderança, promovendo equidade de gênero. Com maior controle sobre a vida reprodutiva, a participação feminina na economia cresce, beneficiando o desenvolvimento local. Mulheres economicamente ativas investem mais em suas famílias e comunidades, criando um ciclo positivo de crescimento.

A economia do Ceará ainda depende de setores informais e de baixa renda. Por isso, linhas de crédito, incentivo ao empreendedorismo e capacitações financeiras são essenciais para fortalecer a renda feminina. No entanto, políticas públicas que promovam a educação sexual ainda enfrentam tabus socio-culturais.

Garantir acesso a contraceptivos e atendimento médico de qualidade maximiza o impacto positivo do planejamento familiar. Ao permitir escolhas reprodutivas informadas, ele contribui para reduzir a pobreza, aumentar a participação feminina no mercado de trabalho e melhorar a qualidade de vida das famílias, consolidando-se como uma ferramenta poderosa para o empoderamento das mulheres cearenses.

O que você achou desse conteúdo?