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Adriana Rolim: Mulheres e meninas na ciência
Opinião

Adriana Rolim: Mulheres e meninas na ciência

.As mulheres representem apenas 33,3% de todos os pesquisadores, e 12% dos membros das academias nacionais de ciências. Em áreas de vanguarda como a inteligência artificial, apenas 22% são do gênero feminino, fazendo com que 85% dos projetos sejam tendenciosos
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Adriana Rolim

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Neste ano foi comemorado mais um Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, data estabelecida em 2015, pela Assembleia Geral das Nações Unidas para reconhecer o papel fundamental exercido pelas mulheres e meninas na ciência e na tecnologia. Chegamos ao 10º ano de comemoração, mas será que algo mudou?

As mulheres representem apenas 33,3% de todos os pesquisadores, e 12% dos membros das academias nacionais de ciências. Em áreas de vanguarda como a inteligência artificial, apenas 22% são do gênero feminino, fazendo com que 85% dos projetos sejam tendenciosos. Apesar da escassez de habilidades na maioria dos campos tecnológicos que impulsionam a Quarta Revolução Industrial, as mulheres ainda representam apenas 28% das pessoas graduadas em engenharia e 40% das graduadas em tecnologia da informação. Pesquisadoras tendem a ter carreiras mais curtas e o trabalho é sub-representado em periódicos de alto impacto, além de frequentemente serem preteridas para promoção. E esses números são os mesmos ao longo das décadas.

Apesar de algum progresso na última década, dependendo das áreas e países, a igualdade de gênero na ciência continua um sonho distante, limitando o progresso científico e o desenvolvimento das nações. Em um mundo projetado para homens, a segurança, a saúde e o bem-estar das mulheres são frequentemente negligenciados.

As mulheres têm 73% mais probabilidade de se machucar em colisões de carro porque os sistemas de segurança automotiva são projetados por homens para corpos masculinos. O primeiro boneco de teste de colisão feminino foi introduzido há apenas dois anos. As mulheres também são sub-representadas nos ensaios clínicos e apresentam quase o dobro da probabilidade de sofrer reações adversas a medicamentos em relação aos homens.

Que tenhamos aumento da conscientização sobre o papel crítico das mulheres na inovação científica e a necessidade de representação inclusiva na mídia para desafiar os estereótipos de gênero nas carreiras de ciência e tecnologia. Priorizar a equidade de gênero na ciência, tecnologia e inovação promove a construção de soluções inteligentes e sustentáveis que promovem o progresso para toda a sociedade.

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