No Centro de Eventos do Ceará, tivemos o prazer, a alegria e a grata oportunidade de ver realizar-se a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará. Esse acontecimento está se ajustando à cidade de forma receptiva, com um público cada vez maior e heterogêneo. O fluxo de escritores, professores, alunos e toda a sociedade interessada nesse encontro cultural, literário e editorial, ali vai e se beneficia de uma democracia cultural ofertada nos estandes, praças e espaços onde são apresentados lançamentos de livros, contação de histórias, cantorias, cordéis e tudo que se relaciona com o extenso campo no qual o ser humano pode se expor, se pronunciar artística e intelectualmente.
Nessa Bienal foi evidenciado o pronunciamento das mulheres com o tema "Das fogueiras ao fogo das palavras: mulheres, resistência e literatura", oportunando discussões sobre o que lhes foi negado e esclarecer o quanto participaram anônimamente na história da humanidade. Isso ocasionou o pronunciamento de escritoras, professoras e jornalistas no caderno Vida & Arte do O POVO expondo suas trajetórias, experiências de vida, dificuldades encontradas que se tornaram desafios e formas de resistência.
A programação oferecida atendeu a diversidade de gosto e apreciação. Diante daquela fartura de conhecimento, troca de ideias e rodas de conversas, o movimento de jovens e crianças faz com que tenhamos a esperança de reverter, em parte, o que está sendo interrompido pelo excesso tecnológico, o manuseio e a intimidade com a leitura impressa. O aprendizado que temos hoje através da tecnologia, às vezes, um tanto superficial, tomou o lugar prazeroso de abrir, folhear e sentir o cheirinho que vem de um livro. O contato íntimo de decifrar palavras e frases ali contidas, trazendo um amplo mundo de conhecimentos, são incomparáveis ao que vemos através de um aparelho eletrônico, mesmo reconhecendo a competência desse na atualidade.