Bastaram algumas semanas para ficar evidente que o governo Trump optou por conduzir os EUA rumo a um sistema político autoritário. Através de atos que configuram abuso de poder, observa-se uma possível derrocada da democracia liberal, propalada mundo afora pelo império do Norte. Fatos corroboram com essa assertiva, ei-los:
1. Apesar do seu partido ter maioria nas duas casas legislativas, Trump não tem submetido ao Capitólio muitas medidas que deveriam passar por sua chancela. Cerca de 60 atos já foram praticados, demonstrando a sua intenção de governar por decretos, portanto, sem o respaldo de deputados e senadores.
2. "A democracia dos EUA provavelmente quebrará na segunda administração Trump e deixará de atingir os critérios para ser classificada como liberal." Essa afirmação é de Steven Levitsky, professor de Harvard e autor do best-seller "Como as democracias morrem", e Lucon A. Way, especialista em democracia da Universidade de Toronto, acadêmicos que assinam artigo publicado na Foreign Affairs, a mais prestigiada publicação de política externa do mundo.
3. Trump, de forma clara, tem defendido uma limpeza étnica da Palestina e, literalmente, o roubo da Faixa de Gaza pelos EUA, para transformá-la numa "Riviera do Oriente Médio". Segundo ele, faria resorts e hotéis, equipamentos típicos do seu universo empresarial. Ora, isso configuraria não apenas um, mas dois crimes contra a humanidade.
4. Em um encontro de Secretários de Justiça e juristas americanos, ocorrido na Califórnia no dia 11 de fevereiro de 2025, foram feitas declarações acusando o republicano de conduzir o país em direção ao rompimento da ordem democrática. "Os EUA nunca estiveram em uma posição tão perigosa do que hoje estamos à beira de uma ditadura", declarou Kris Mayes, Secretária de Justiça do Arizona. Já o jornalista Guga Chacra, correspondente internacional da GloboNews, sediado em Nova York, afirmou: O autoritarismo trumpista já aponta na direção do chavismo venezuelano, apesar da ressalva de que os EUA ainda sejam uma democracia. Porém, com Trump, é difícil prever até quando continuaremos a chamar o Império do Norte assim.