Há alguns anos, havia uma frase clichê que dizia: "a velhice chega para todos". Naquela época, uma pessoa na casa dos 60 anos era considerada velha. A velhice precedia a aposentadoria. A palavra velho significava o que não tinha tanta utilidade. Então, ao nos aposentarmos, nossos corpos e mentes não serviriam mais para nada. Finalmente, o homem seria um cadáver adiado, como disse Fernando Pessoa. E hoje? Será que compreendemos a velhice da mesma maneira?
Com o advento da urbanização, parte da população migrou do interior para as grandes cidades. O homem foi forçado a adaptar-se a novas rotinas, e cargas de trabalho, o que influenciou diretamente na sua dieta alimentar e no uso dos seus corpos e mentes, para cumprir as tarefas do dia a dia. Hoje, nos alimentamos de produtos industrializados, com altos teores de gordura, açúcar e glúten.
Sedentários e estressados, em busca de algum relaxamento, nos prostramos à frente de telas de TV e celulares. Adoecemos ansiosos e frustrados. Resumindo, vive-se mais e pior. Mas tem gente que está se mexendo. Gente que está querendo adiar o andador, ou a cadeira de rodas, o máximo possível.
Há uma geração saúde de "novos velhos" querendo viver mais e melhor. Nas academias de musculação já se percebe um número crescente de praticantes com 50, 60, 70, 80 anos ou mais. Esses vovôs desejam ter braços fortes para erguerem seus netos e dançarem em suas festas de formatura. Descobriram sobre a importância de se alimentarem adequadamente, fazer musculação e caminhadas. Tudo isso ao alcance das mãos, com o auxílio de bons nutricionistas e educadores físicos. Hoje, ninguém quer mais ser velho, não!
Continuando assim, em pouco tempo, as vagas de estacionamento e caixas de supermercado exclusivas para idosos não serão suficientes. Novas realidades as quais teremos gosto de nos adaptarmos. Os mais otimistas já imaginam, que o nosso próximo desafio será: "O que fazer com os anos de vida que ganharemos?" A morte é inevitável, mas como disse Mario Quintana, "o diabo é deixar de viver".