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Charges contam os dias de Bolsonaro no poder
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Charges contam os dias de Bolsonaro no poder

| VOTAÇÃO NO O POVO | Com Bolsonaro prestes a completar 1.000 dias no Palácio do Planalto, O POVO segue votação, até 7 de setembro, para escolha das charges que ajudam a contar a história da gestão do capitão-presidente. A eleição é parte da cobertura especial sobre os dias do poder bolsonarista
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O LEITOR pode escolher quais charges melhor representam os 1.000 dias do governo Bolsonaro (Foto: Charge: Clayton Rebouças)
Foto: Charge: Clayton Rebouças O LEITOR pode escolher quais charges melhor representam os 1.000 dias do governo Bolsonaro

De ponta-cabeça, Jair Bolsonaro inverte o ponto de vista do painel gráfico de sua popularidade: "Por este ângulo, a coisa não tá feia!". Na contagem ainda não interrompida de mortes na pandemia, de sobrancelhas arqueadas e uma vassoura na mão, o presidente varre cadáveres para debaixo de um tapete vermelho e polemiza: "Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?".

A frase reproduzida é verdadeira, dita pelo próprio em 4 de março deste ano, quando o Brasil batia recorde de óbitos/dia (1.910) e somava 260 mil mortes à época. Agora, mais que dobrou, são mais de 570 mil mortos no País.

Tem ele ainda mais exaltado. Durante uma entrevista coletiva, com as vestes da idade da pedra, de tacape na mão, grita e ameaça repórteres: "Estou com vontade de encher sua boca de porrada" - outra frase dos dias reais. Também foi piada sem graça não inventada.

Há também os feitos e malfeitos de seus ministros (ou ex-), caricatos por si só: Pazuello de esparadrapo na boca na porta da CPI, Ricardo Salles tangendo a boiada numa porteira, Weintraub pagando castigo como ministro da "Educassão" (tuitada assim mesmo pelo próprio), Paulo Guedes nas alturas usando dólares como asas... Índios no centro do alvo, acordos com o Centrão, florestas e a cultura em crise, rima de carestia e aposentadoria.

É assim, no traço detalhista, na síntese da opinião e sob o olhar particular do chargista Clayton Rebouças, que também está sendo narrada a história da polêmica gestão Jair Messias Bolsonaro (sem partido). O capitão do Exército eleito presidente da República em 2018 completará 1.000 dias à frente do Palácio do Planalto no próximo dia 26 de setembro.

A data não poderia passar despercebida – é mais comum o registro dos 100 primeiros dias, pouco se fala dos 1.000, tempo em que um governo já se mostraria consolidado. Mas o caso é mais distinto. Para além de discutir o que deixou de acontecer nas ações governamentais, vale citar os ataques às instituições democráticas, à liberdade de imprensa, à liturgia e ao respeito com a divergência, aos direitos fundamentais.

Para lembrar o que representaram esses 1.000 dias e discutir com jornalismo e interação as nuances da era Bolsonaro, o que aconteceu e o que está por vir, uma cobertura especial já está em andamento. Desde a última quinta-feira, 26, o leitor/internauta está escolhendo: "Que charges mais representam os 1.000 dias do governo Bolsonaro?". A votação vai até 7 de setembro, pelo portal O POVO. Há 50 charges no páreo. O eleitor pode votar quantas vezes quiser.

O resultado será divulgado exatamente no milésimo dia de Bolsonaro na Presidência, 26 de setembro. Nas charges selecionadas para a disputa, momentos inusitados ou marcantes da gestão bolsonarista em cinco áreas: saúde, meio ambiente, política, educação/cultura e economia. Uma criação que junta arte, jornalismo, opinião e humor, sempre brincando com coisa muito séria.

A seleção levou em conta critérios como relevâncias histórica e jornalística, qualidade, originalidade e síntese da charge sobre o fato ou personagem abordados. Os trabalhos foram publicados de 2 de janeiro de 2019 a 31 de julho de 2021 (data considerada para a votação). No período avaliado, 943 charges foram publicadas e 574 delas (61%) se pautaram em reflexões e gozações sobre o Governo Federal.

O projeto #Bolsonaro1000dias, coordenado pelo Data.doc, núcleo de dados do O POVO, trafegará por diversos formatos nas plataformas do Grupo de Comunicação O POVO (GCOP). Entre vários conteúdos, reportagens especiais para rever o que se deu e projetar os novos cenários do jeito Bolsonaro de estar no cargo. Envolverá produção integrada de todas as editorias: Política, Cotidiano, Economia, Vida&Arte, Imagem, Mídias Sociais, Opinião, OPOVO +.

 

Números do governo serão analisados

Uma das entrevistas é com o chargista Clayton Rebouças, há 27 anos titular da seção. Ele detalha como define seu tema do dia e depois transfere para o papel, com lápis, nanquim, aquarela e pincéis, sua criação e sua opinião.

O professor Paulo Eduardo Ramos, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pesquisador de produções gráficas, linguagem e comunicação, analisará o papel das charges na imprensa brasileira e a função de humor e opinião sobre os fatos do cotidiano nacional.

O Data.doc também fará análises e cruzamento de dados sobre informações geradas pelo governo neste período. Por exemplo: Bolsonaro tem quase o mesmo número de pedidos de impeachment (136 protocolados até o último dia 25 de agosto) que os dos quatro últimos presidentes anteriores juntos (FHC, Lula, Dilma e Temer, que somaram 160).

Outra curiosidade: desde a redemocratização do Brasil, em 1985, três dos oito presidentes da República - Itamar Franco, Fernando Collor e Michel Temer - não chegaram a completar 1.000 dias no gabinete palaciano. Bolsonaro é o quinto desse período a alcançar a marca.

Os desenhos a serem votados terão o componente de acessibilidade, com a descrição das cenas para que pessoas com deficiência possam participar e votar. Serão oferecidos áudios com depoimentos de importantes representantes de vários segmentos da sociedade opinando sobre o governo bolsonarista.

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