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Israel promete responder a ataque e Irã diz que reagirá "em segundos"
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Israel promete responder a ataque e Irã diz que reagirá "em segundos"

Exército de Israel prometeu responder ao ataque do último sábado. Se isso ocorrer, Irã informou que reagirá "dentro de alguns segundos" e de maneira "muito mais violenta". Potências europeias aliadas a Israel se posicionam contra o revide
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Jovem monta burro próximo a uma das baterias da
Foto: AHMAD GHARABLI / AFP Jovem monta burro próximo a uma das baterias da "cúpula de ferro" de Israel

O comandante do Exército de Israel prometeu nesta segunda-feira, 15, responder ao ataque sem precedentes do Irã, que aumentou o temor de uma escalada regional do conflito na Faixa de Gaza.

Israel "responderá ao lançamento destes inúmeros mísseis, mísseis de cruzeiro e drones no território do Estado de Israel", declarou o general Herzi Halevi, durante visita à base militar de Nevatim, no sul do país.

O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Bagheri Kani, alertou que, se Israel promover retaliação pelo ataque iraniano do último sábado, o país persa responderá "dentro de alguns segundos". Os comentários foram veículos pela imprensa local, ligada ao governo.

Bagheri Kani afirmou que a ofensiva poderia ter sido evitada se os israelenses não tivessem destruído o consulado do Irã em Damasco, na Síria, no começo do mês. Segundo ele, se Israel realizar uma investida dentro do território iraniano, haverá "uma resposta muito mais violenta".

As declarações aumentam o temor da comunidade internacional, em alerta desde a chuva de mísseis e drones lançada pelo Irã no fim de semana em resposta a um atentado a bomba contra seu consulado em Damasco no último dia 1º, atribuído a Israel.

Israel afirma que o ataque iraniano "foi frustrado", e o Irã considerou o "assunto resolvido", com um alerta ao inimigo contra qualquer "comportamento imprudente" que possa desencadear uma reação "muito mais forte".

Segundo o Exército de Israel, 99% dos projéteis foram interceptados. O governo americano declarou que a operação foi "um fracasso impressionante" para Teerã.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu convocou nesta segunda-feira seu gabinete de guerra para estudar uma possível resposta. O presidente americano, Joe Biden, declarou que deseja evitar uma propagação do conflito no Oriente Médio.

"Não apoiamos um ataque em represália", declarou o chefe da diplomacia do Reino Unido, David Cameron, ao canal BBC. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, fez um apelo que as partes evitem uma "conflagração", um pedido compartilhado por grande parte da comunidade internacional.

Netanyahu convocou hoje a comunidade internacional a permanecer unida frente à agressão do Irã, que ameaça a paz mundial, afirmou, em mensagem publicada no X.

O porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, deu hoje as primeiras declarações oficiais sobre o bombardeio ao consulado iraniano na capital síria: "O que sei é que aqueles que morreram em Damasco eram membros da Força Quds, pessoas envolvidas em terrorismo contra o Estado de Israel. Entre esses terroristas havia membros do Hezbollah e assessores iranianos. Não havia um único diplomata ali, pelo que sei. Não sei de nenhum civil que tenha morrido nesse ataque."

O Exército de Israel afirmou que o ataque iraniano não o desviará do objetivo de eliminar o movimento islamista palestino Hamas, aliado do Irã.

A guerra explodiu quando combatentes do Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro e mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses. Também fizeram 250 reféns, dos quais 129 permanecem em Gaza, incluindo 34 que se acredita que estão mortos, de acordo com as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva implacável que já deixou 33.797 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo movimento islamista.

Antes do amanhecer, dezenas de bombardeios atingiram o setor de Khan Yunis, no sul da estreita Faixa de Gaza. Dezoito corpos foram recuperados dos escombros e levados para um hospital, informou a Defesa Civil.

Netanyahu, segue determinado a iniciar uma ofensiva terrestre contra a cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza e apontada como o último reduto do Hamas, apesar das advertências dos Estados Unidos e de outros países, que temem um banho de sangue.

Segundo a ONU, quase 1,5 milhão de moradores de Gaza deslocados pela guerra estão aglomerados em Rafah, a maioria em acampamentos improvisados.

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