Questionado sobre a cobrança feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos ministros na articulação política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu que "só faz isso da vida". Mais cedo, o chefe do Executivo pediu que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), seja "mais ágil" e que Haddad deixe de ler livro e passe mais tempo discutindo com parlamentares.
"Eu só faço isso da vida (conversar com parlamentares)", respondeu Haddad ao ser questionado por jornalistas. A declaração de Lula foi feita durante o lançamento do programa Acredita, voltado para crédito, no Palácio do Planalto. O programa tramitará no Congresso em forma de medida provisória e precisará de aprovação do Legislativo em até 120 dias para continuar vigorando.
Lula mencionou que seu partido, o PT, tem poucos congressistas num universo de 513 deputados e 81 senadores. A cobrança foi feita também a Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social,e a Rui Costa, ministro da Casa Civil.
"Conversa com bancada A, com bancada B. É difícil, mas a gente não pode reclamar porque a política é exatamente assim. Ou você faz assim ou não entra na política", declarou Lula. O governo do petista passa por um momento de desgaste no Congresso.
É possível que, nos próximos dias, Lula encontre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tentar melhorar a relação do governo com o Congresso. As prováveis reuniões serão individuais, e não com os dois congressistas ao mesmo tempo.