A cientista política Paula Vieira, professora vinculada ao Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), destaca que há uma divisão de candidaturas competitivas para o Executivo que reflete nas atuações no Legislativo. "O que pensar desses movimentos em termos eleitorais? Vejo que esses vereadores estão respondendo às suas bases ou querendo fortalecer suas bases e estar ao lado da Prefeitura ou de outro candidato (oposição) é uma forma de levar esses nomes para as suas bases. Esses posicionamentos dão a ideia de um cenário de competitividade", diz.

Paula defende ainda que a oposição se fortalece e ganha visibilidade por conta do incremento de vereadores, mas que a Prefeitura ter conseguido manter a maioria é um ponto relevante a ser considerado no cálculo político. "A perda de aliados, são votos de bases que, em teoria, seriam revertidos. É preciso ver quantos votos isso representaria em termos de competitividade, mas não acredito que seja uma grande perda para o prefeito Sarto, porque a gestão manteve a maioria na Câmara e isso é importante".

A especialista destaca o pedido de CPI envolvendo a desafetação de imóveis públicos como uma estratégia de oposição. "O pedido em si, mesmo que não possa se instaurar a CPI, dá um norte de deslegitimação da ação do oponente. É também uma forma de estabelecer uma competitividade no Legislativo. CPIs estão ligadas à transparência, então dão visibilidade. Só em ventilar o pedido, falar sobre, já gera visibilidade para situação ou oposição em termos de disputa para legitimar ou deslegitimar um tema", conclui. (Vítor Magalhães)