Em meio a criticas e embates de aliados e do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com Alexandre de Moraes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que não se deve brigar com Moraes, mas, sim, se unir a ele.
Ex-ministro bolsonarista, Tarcísio chamou Moraes de "inteligente, corajoso e obstinado", além de dizer "não se briga com Moraes; a gente se une a ele". A fala do governador foi relatada por pessoas próximas a ele ao jornal O Globo.
Tarcísio tem agido como um "interventor" entre a base bolsonarista mais agressiva contra Moraes para tentar acalmar os ânimos. Ele fez esse papel após o ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista, em que o governador participou, e aliados do ex-presidente atacaram o ministro do STF.
À época, Tarcísio garantiu tanto a Moraes como ao ministro Gilmar Mendes e ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que a manifestação estava "sob controle" e não seriam feitos ataques ao STF.
Inclusive, há duas semanas Tarcísio de Freitas nomeou um aliado de Moraes para comandar o Ministério Público de São Paulo: Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
O escolhido não foi o mais votado da lista tríplice, ficando em último dos três pré-listados, mas após conversas com o ministro do STF, o governador decidiu por acatar o conselho.
Moraes preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que teve papel de protagonismo durante o processo eleitoral em 2022, quando Bolsonaro saiu derrotado por Lula (PT). Além disso, o ministro é o relator do chamado "inquérito das fake news", que mira disseminadores de matérias fraudulentas e tem vários bolsonaristas como investigados.
Neste domingo, Tarcísio e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), participaram de uma manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Ribeirão Preto, enquanto a Agrishow, principal feira do agronegócio do País, realizava sua cerimônia de abertura com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD). (Guilherme Gonsalves, com Agência Estado)