Fechado desde a última sexta-feira, 3, o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, ficará com operações suspensas pelo menos até 30 de maio, conforme informou ontem a Fraport Brasil, empresa que administra o terminal. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a ação ocorreu "para a segurança de todos".
"As associadas Abear cancelaram os voos com origem e/ou destino para Porto Alegre e flexibilizaram as regras de remarcação e reembolso. Os passageiros devem entrar em contato com a companhia aérea para remarcação ou reembolso dos bilhetes com origem e/ou destino para a capital gaúcha."
Os aeroportos de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santo Ângelo estão operando, mas podem ser afetados pelas condições meteorológicas, ainda segundo a Abear.
Um novo prognóstico realizado ontem pelos cientistas que anteciparam a cheia recorde do Rio Guaíba aponta que a enchente persistirá por ao menos mais dez dias em Porto Alegre e região metropolitana do Rio Grande do Sul. Os pesquisadores alertam que a cheia recorde pode se estender por ainda mais tempo caso se confirme a previsão de chuva no próximo fim de semana.
Há lentidão no escoamento do acumulado de água, com enchente principalmente em bairros das zonas central, norte e sul da capital, além das ilhas, onde muitos moradores continuam isolados e sem acesso a itens básicos há dias.
Na capital gaúcha, foi determinado ontem o racionamento de água. Quatro das seis estações de tratamento não funcionam, enquanto as demais operam abaixo do normal. Cerca de 70% da cidade está sem o serviço. Há dificuldades no abastecimento de outros recursos essenciais.
Às 11 horas dessa segunda-feira, o Guaíba estava em 5,26 m na medição da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul. O nível oscilou em alguns centímetros, variando entre 5,25 m e 5,29 m ao longo da manhã. É a maior enchente da história da cidade.
A cheia duradoura e a redução lenta das águas foram apontadas por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O nível deve seguir acima de 5 metros nos próximos dias e superior a 4 metros até o fim da semana. A cota de inundação do Guaíba é de 3 metros, nível estimado apenas para a segunda quinzena de maio.
Os pesquisadores têm destacado que o Guaíba está em estabilização no momento, mas não é descartada a possibilidade de que volte a subir. "As principais preocupações continuam sendo a duração dos níveis elevados e as possibilidades de repiques em função de novas chuvas ou efeito do vento", destacam Além da região metropolitana, precipitações na Serra e na região central afetam a região, pela ligação de outros grandes rios com o Guaíba.