O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou Paulo Pimenta como representante do Governo Federal para atuar de forma permanente no Rio Grande do Sul enquanto durar a calamidade pública no estado, assolado por enchentes desde o dia 29 de abril.
Assim, Pimenta, que é gaúcho e foi eleito deputado federal pelo PT do estado, deixa o cargo de ministro-chefeda Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) para assumir a nova função no governo.
Durante a tarde dessa terça-feira, 14, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já anunciara a criação da nova função durante entrevista ao canal de notícias GloboNews.
Em reunião ministerial realizada na última segunda-feira, 13, Lula já sinalizada a intenção de criar uma autoridade federal no Rio Grande do Sul para representar o governo e o presidente na coordenação dos trabalhos de reconstrução do estado.
A notícia de que Pimenta foi o escolhido para a função foi divulgada inicialmente pelo colunista Ricardo Noblat e confirmada pela reportagem. A ideia é que a autoridade federal coordene uma estrutura administrativa das ações federais na região. Os detalhes serão divulgados durante visita do presidente ao estado, prevista para esta quarta-feira, 15, quando serão anunciadas novas medidas de socorro à população gaúcha.
Entre as ações deve estar uma ajuda financeira na forma de "voucher" para ajudar a população a recomprar os bens perdidos com as enchentes no estado. Um valor estudado pelo governo é no valor de R$ 5 mil para cerca de 100 mil famílias. No entanto, essa quantia não foi confirmada.
Em todo o Estado, segundo a Defesa Civil, ao menos 2,1 milhões de pessoas foram afetadas pelos temporais, que já atingiram 450 dos 497 municípios gaúchos. A contagem de desalojados é de 538 mil, sendo que quase 77 mil pessoas estão sendo acolhidas em abrigos. As chuvas já provocaram 148 mortes e 124 desaparecimentos.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou ontem a suspensão imediata da venda de passagens aéreas ao Aeroporto de Porto Alegre (Salgado Filho), que está inoperante após ser atingindo pelas chuvas no Rio Grande do Sul.
Em nota divulgada no início da noite, a Anac afirma que a situação do aeroporto só poderá ser analisada após a diminuição do volume de água no terminal e da avaliação dos danos ocorridos O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), por sua vez, diz que ainda não tem o diagnóstico de prazo para a reabertura do aeroporto.
A Anac diz ainda que acompanha diariamente a situação no RS, "com o objetivo de adotar soluções articuladas e seguras para o transporte aéreo na região". A proibição, que vigorará até nova avaliação pela agência, abrange todos os canais de comercialização, inclusive sistemas que disponibilizem vendas por terceiros, como agências de viagem e outros intermediários que possam comercializar os bilhetes, segundo a agência. (com agências)