Para o presidente em exercício do PDT, deputado federal André Figueiredo, a derrota do correligionário Roberto Cláudio nas eleições de 2022 resultou em "um estado quebrado". A declaração foi dada em discurso no 6º Congresso Nacional do PDT, realizado na última quinta-feira, 23, em Brasília.
"Um estado quebrado mostrando o que é ter uma péssima prática de cooptar prefeitos, de cooptar lideranças para impedir a vitória do que seria o melhor, que seria o meu querido amigo Roberto Cláudio", relatou o dirigente partidário.
Figueiredo considera que o governador Elmano de Freitas (PT) não tem "experiência em gestão" e o que se sobressai é a administração "especial" feita em Fortaleza, sob comando do pedetista José Sarto, pré-candidato à reeleição na capital cearense.
"A união é um ente imaginário. A gente tem a realidade do nosso dia a dia, é no município. E eu digo isso porque lá no Ceará, se não fosse, por exemplo, uma gestão especial que nós temos em Fortaleza, o nosso Estado está prestes a quebrar, por quê? Porque, infelizmente, foi entregue ao atual governador, que não é do nosso partido, e que não tem nenhuma experiência em gestão", apontou o deputado.
Apesar de assumir chefia do Executivo pela primeira vez, Elmano já foi secretário municipal de Educação e coordenador do Orçamento Participativa na gestão da ex-prefeita Luizianne Lins (PT), além de deputado estadual por dois mandatos. Ao mencionar o desempenho de Sarto, Figueiredo se direcionou aos postulantes do PDT que concorrerão no pleito deste ano.
"E isso é um exemplo de gestão trabalhista. Isso é um exemplo para que os nossos prefeitos que, no dia 6 de outubro, serão eleitos, os nossos vereadores e vereadoras que serão eleitos, que a gente tenha sempre em mente que o Brasil acontece nos nossos municípios", avaliou André.
Foi a decisão de ter RC como candidato a governador que se iniciou a cisão no PDT Ceará. De um lado, filiados optavam pelo nome da então governadora Izolda Cela, hoje no PSB – esses ligados ao senador Cid Gomes e ao ex-governador Camilo Santana (PT). Do outro, o ex-prefeito de Fortaleza, que contava com apoio de Sarto e do ex-ministro Ciro Gomes, candidato à Presidência da República na época.
Roberto ficou em terceiro lugar na disputa, alcançando 14,14% dos votos, e ficando atrás de Capitão Wagner, hoje no União Brasil, com 31,72%. Já Elmano venceu, em primeiro turno, com 54,02% do eleitorado.