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Roberto Sá comandou Segurança no Rio em crise que resultou em intervenção federal
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Roberto Sá comandou Segurança no Rio em crise que resultou em intervenção federal

Novo secretário da Segurança no Estado já geriu pasta no Rio de Janeiro e no Espírito Santo
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NOVO titular da SSPDS já foi instrutor do Bope (Foto: Divulgação/Governo do Ceará)
Foto: Divulgação/Governo do Ceará NOVO titular da SSPDS já foi instrutor do Bope

Anunciado como novo secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), o tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro e delegado federal Roberto Sá já assumiu a pasta da área no estado fluminense, mas se afastou diante de intervenção federal determinada pelo então presidente Michel Temer em fevereiro de 2018.

Para ele assumir uma das secretarias consideradas o "calcanhar de Aquiles" do Estado, o governador Elmano de Freitas (PT) conversou com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que indicou o nome de Sá - conforme noticiado pelo colunista do O POVO Carlos Mazza.

No Rio de Janeiro, o afastamento de Sá da Segurança ocorreu em meio à crescente onda de violência no estado. O interventor foi o general Walter Braga Netto, que chefiava o Comando Militar do Leste (CML). "Hoje de manhã tivemos reunião em que o governador nos comunicou (a intervenção) e naquele momento deixei, de forma muito clara, o cargo à disposição, ao governador para que essa pessoa (interventor) tenha toda liberdade escolher a quem queira designar", disse Sá ao RJTV na época.

Ocorrendo pela primeira vez no Brasil, a intervenção federal seguiu de fevereiro a dezembro de 2018 e foi decretada dois dias após o fim do Carnaval, quando várias ocorrências policiais levaram o então governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitir falhas no planejamento de segurança pública.

Na época, Sá discordou do posicionamento do chefe do Executivo. "Em termos numéricos, teve menos indicadores de criminalidade do que nos outros, com menos recurso. Claro que as imagens são impactantes e quando são feitas e divulgadas fica parecendo que está acontecendo várias vezes. Não tem instituto de segurança pública mais transparente que o nosso".

O fim da gestão de Roberto foi marcado por esse crescimento da violência no Rio, mas o caso de sete pessoas mortas durante operação conjunta da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) e do Exército no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, ganhou notoriedade nesse contexto.

Tanto a PCERJ e o Exército negarem a autoria dos disparos que vitimaram frequentadores de um baile funk no complexo de favelas do Salgueiro. Quando questionado pela imprensa local à época, o então secretário afirmou confiar no trabalho da Divisão de Homicídios de Niterói e de São Gonçalo (DHNSG), responsável pela investigação do caso.

Em entrevista à TV Globo, horas após o anúncio de sua saída da Secretaria, Roberto relembrou alguns trabalhos realizados por ele no comando da pasta e criticou a falta de orçamento para a segurança no Estado. No Rio, ele foi titular da Segurança por 20 meses, entre outubro de 2016 e fevereiro de 2018. No ano seguinte, Sá geriu a área da Segurança no Espírito Santo ficando até abril de 2020.

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