A prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), junto de secretários e empresários, virou alvo de mandados de busca e apreensão por suposto superfaturamento em contratos de prestação de serviços de limpeza pública no município. A ação ocorreu na manhã dessa quinta-feira, 11.
Ao todo, foram cumpridos 12 mandados, com foco na gestora, no secretário de Obras e Infraestrutura, em servidores municipais de Canindé, além de empresários da região.
Ação integra a operação “Puritas Publica”, deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), com o apoio do Departamento Técnico Operacional da Polícia Civil.
Segundo o MPCE, a Procap recebeu uma denúncia, em 2023, de que a Prefeitura de Canindé estaria pagando às empresas responsáveis pela limpeza pública da cidade valores acima do mercado, indicando um suposto superfaturamento de contratos. Os serviços ainda estariam causando danos ambientais em regiões do município. A denúncia deu início à investigação.
As buscas, autorizadas pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), foram realizadas nas residências dos investigados e também nas sedes da Prefeitura de Canindé e das empresas supostamente envolvidas.
Foram apreendidos valores em dinheiro (reais) na residência da prefeita, na casa do secretário de Obras e Infraestrutura e em uma das empresas investigadas, assim como aparelhos celulares, computadores e documentos relacionados aos contratos investigados.
Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, falsidades material e ideológica, entre outros.
Em nota, Rozário Ximenes classificou a operação como "tamanha pirotecnia". "Por meio de denúncias infundadas, de pessoas que não buscam o fortalecimento das instituições e da população canindeense, procedimentos e inspeções, em datas pretéritas, foram realizados, nada encontrando de anormal, pelo que sempre me coloquei à disposição, respondendo todos os questionamentos e permitindo acesso a toda documentação requerida pelas autoridades", consta em trecho do comunicado.
Ela também considerou uma "exacerbação inimaginável" o cumprimento de mandados em sua casa, afirmando que o local foi "invadido como se fosse uma operação de guerra para tomar um front inimigo". Situação que, segundo Ximenes, causou medo aos funcionários.
"Venho, pois, externar minha indignação e repúdio, não apenas por violar meu lar, desarrumar minhas roupas, pisar em peças íntimas, causando temor nas pessoas mais humildes, destilando ódio por nada encontrarem, pois nada existe, mas, indignação, principalmente, pelo fato de sempre ter me colocado à disposição das autoridades, pelo que não necessitaria de tal ato", seguiu a prefeita Rozário na nota.
O nome “Puritas Publica”, vem do latim e significa pureza pública. Termo foi escolhido diante da necessidade de transparência nos contratos supostamente superfaturados, que tratam dos serviços de limpeza pública em Canindé. (colaborou Thays Maria Salles)