A empresária Silvana Bezerra (Novo), candidata a vice-prefeita de Fortaleza em chapa encabeçada pelo senador Eduardo Girão (Novo), participou de entrevista na Rádio O POVO CBN, nesta terça-feira, 6, e falou sobre a decisão de entrar na corrida eleitoral, mesmo sem experiências anteriores, a relação com o ex-marido, o ex-governador e coronel Adauto Bezerra (1926-2021), e também o que espera de uma gestão possível gestão do Novo na capital.
Silvana, viúva de Adauto, ressaltou a relação com o marido em diversos momentos da entrevista. Ao ser indagada sobre em que medida traria o legado do coronel para a política e em que medida representaria uma novidade como gestora, a candidata a vice reforçou laços com o ex-companheiro, embora tenha reconhecido que é necessário seguir as mudanças temporais.
“Se há algo que tenho vaidade na vida é de ter sido a companheira do coronel. Praticamente 30 anos (de casados), dei minha vida ao coronel. E sair de casa, como eu saia com ele, e eu nunca fui a um lugar que não tivesse uma pessoa que o agradecesse e às vezes ele nem sabia pelo quê. A generosidade dele, capacidade de trabalho, a seriedade”, lembrou.
E seguiu: “As coisas mudam e você não pode permanecer no tempo. A vida tem ciclos, mas o ser humano quer sempre a mesma coisa: paz, tranquilidade, família, ter um bom emprego, saúde. As mudanças existem, mas as pessoas querem a mesma coisa. Embora a forma de gerenciar mude e você tenha que acompanhar o tempo”.
Questionada sobre o que foi determinante para aceitar o convite, a candidata tratou como uma decisão difícil, mas ressaltou a confiança em Girão como um dos fatores que pesaram na definição.
“Tenho uma vida reservada e nunca tinha pleiteado a possibilidade de entrar na política, embora eu tenha sido companheira de uma vida inteira do coronel (Adauto), mas o senador Girão me procurou, fez o convite (...) E vindo do Girão, uma voz do setor da sociedade que é conservador, eu me senti lisonjeada, porque uma mulher que não sai de casa, que não tem um Instagram, que vive praticamente dentro de uma bolha, ser lembrada. Eu tinha que levar aquilo como uma missão”, disse.
Silvana ressaltou a experiência prévia trabalhando no Instituto Médico Legal (IML) como uma forma de conhecer as dores da população e a Cidade. “Eu sou profissional de saúde. Trabalhei 16 anos dentro do IML e tenho a experiência do que é a dor do povo, e às vezes uma coisa que me chamava atenção é que quando morria um homem de bem, eu via os Direitos Humanos dando cobertura a quem tinha tirado aquela vida. E aquela família se sentia completamente desprotegida (...) Você passa a enxergar a dor. Eu posso não ter uma vivência real de todos os bairros, mas tenho uma visão do que as pessoas estão passando”, declarou.
A candidata ressaltou que entrar na política é uma forma de servir. “Quando você entra na política tem uma oportunidade grande de servir, se doar. Enxergar a dor do outro, o que se pode, dentro da honestidade e capacidade, fazer (...) O cidadão está cansado, quem está satisfeito com a cidade em que vivemos? O senador está junto de pessoas qualificadas, não fez acordos. Temos liberdade para gerenciar uma prefeitura com meritocracia. Botar pessoas competentes nos cargos e dar resultado para a população”, pontuou.
Sobre a entrada de mulheres na política, em especial com indicações de vice em diversas chapas na Capital, Silvana defendeu a participação feminina nos espaços de poder. “O fato das mulheres se engajarem é um fator positivo, porque a sensibilidade da mulher é importante. Para Fortaleza, a opção é muito favorável. Não por ser mulher ou não, é porque merecemos estar. Não colocar porque é mulher, mas porque ela tem condição de estar porque fez por merecer por conhecimento, envolvimento”, destacou.
Sobre sua candidatura, disse ter senso de responsabilidade. “Vou mostrar o que queremos, o que desejamos para a cidade (...) Estou preparada para isso. Acredito que na vida são desafios e você passar isso para o outro. A sensação que tenho é como se as pessoas olhassem para mim e eu pudesse ser a voz dos que não tem. Como se fosse a capacidade de dar uma esperança a quem não tem mais esperança na política. Essa questão que estou recebendo passa a me dar uma responsabilidade muito maior”, concluiu.