Esta sexta-feira, 16, marca o início oficial da propaganda eleitoral, momento que os partidos e os candidatos têm para tentar atrair o voto do eleitorado. São 50 dias até 6 de outubro, domingo do primeiro turno das eleições municipais. Pela legislação, são permitidas propagandas na internet, de forma impressa e "pessoal", pedir voto, falar o número da urna e organizar eventos com público.
Embora a propagandas estejam liberadas, há limitações no formato e nos horários que os materiais podem ser veiculados ou distribuídos. As campanhas podem fazer circular alto falantes ou amplificadores de som, contanto que sejam entre 8h e 22 horas e que não fiquem perto das sedes de Poderes Executivo e Legislativo da União, hospitais, casas de saúde, escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.
Folhetos, adesivos e outros materiais impressos também são válidos, mas precisam conter o CNPJ ou o CPF do responsável pela confecção, além de quem contratou e a tiragem. O material não pode poluir o meio ambiente e é vetada a antiga prática de “derramar” os santinhos nas entradas dos locais de votação.
O destaque das campanhas é reservado para a permissão de grandes eventos, como comícios e carreatas. Se o lançamento da pré-candidatura a Fortaleza rendeu a André Fernandes (PL) punições por propaganda eleitoral antecipada, agora, a campanha dele foi a primeira a anunciar evento na Capital.
No sábado, 17, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será um dos puxadores da carreata de Fernandes, que vai percorrer diversos bairros de Fortaleza. Do Bom Jardim ao Meireles é a promessa.
Fernandes não é o único que vai aproveitar os primeiros dias de campanha para investir em ações de maior peso numa disputa com fortes indícios de ser acalorada.
Eduardo Girão (Novo) irá realizar caminhada com apoiadores ainda na sexta. Capitão Wagner (União Brasil) irá inaugurar seu comitê de campanha no bairro Damas. Evandro Leitão (PT) terá duas agendas: uma caminhada no bairro Pirambu e uma carreata no Vila União.
O atual prefeito José Sarto (PDT) programou quatro eventos: uma caminhada na Barra do Ceará, um almoço no Mercado Central, uma carreata no Bom Jardim/ Siqueira/ Granja Lisboa/Granja Portugal, além da inauguração do comitê do vereador Didi Mangueira (PDT). É um retrato da acirrada disputa que se desenha com oito candidaturas na Capital e pesquisas mostrando um cenário apertado.
Fortaleza é estratégica para o PDT, seja em um olhar nacional, por ser a maior cidade sob o guarda-chuva do partido, como de forma estadual, com a sangria da legenda após a debandada de aliados do senador Cid Gomes (PSB) ano passado no contexto do racha do partido no Ceará. Ao todo, 40 prefeitos sob a articulação de Cid se filiaram ao PSB, inchando a sigla socialista como um dos maiores do Estado.
Também na disputa por diversas prefeituras está o PT, que fez um trabalho de atrair prefeitos e figuras com possibilidades de despontar nas eleições. Além de Fortaleza, considerada prioridade nacional - fato comprovado com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na convenção de Evandro - o partido mira em municípios estratégicos do Cariri e da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Especialmente Caucaia e Juazeiro do Norte, respectivamente, o segundo e o terceiro maior colégio eleitoral do Estado.
As disputas municipais terão também o PSD como protagonista. A sigla, presidida no Estado pelo ex-vice-governador, Domingos Filho, articulou diversas candidaturas tanto para manter os municípios que já detinha como para ampliar sua base. Se em Fortaleza ficou com a vice na chapa de Evandro, em Caucaia apresentou um dos principais adversários de Waldemir Catanho (PT), o ex-prefeito Naumi Amorim (PSD).
No campo da direita, a disputa deste ano será o primeiro termômetro do grupo como oposição, após a saída de Bolsonaro da presidência e a chegada de Lula. O PL do ex-presidente deposita fichas em Fortaleza. Mas em muitos municípios abriu mão da disputa e decidiu apoiar nomes mais competitivos de partidos, ou lideranças, que fazem oposição ao PT.
São destaques Juazeiro do Norte, onde uma ampla gama de partidos se reuniu ao redor do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos), e Sobral, cidade em que o deputado estadual Oscar Rodrigues (União Brasil) apresentou coligação com o PL para desbancar a ex-governadora Izolda Cela (PSB), apoiada por Cid e Ivo Gomes (PSB).