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Sarto diz que não assinou CPI para evitar uso político, e não por medo: "Diferença abissal"
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Sarto diz que não assinou CPI para evitar uso político, e não por medo: "Diferença abissal"

| Sabatinas Fortaleza | Candidato do PDT afirmou que, embora não tenha assinado a CPI, não o fez por medo, mas para não dar combustível para a atuação dos opositores do à época governador Camilo Santana (2015-2022)
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SARTO foi o entrevistado de ontem na Rádio O POVO CBN (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal SARTO foi o entrevistado de ontem na Rádio O POVO CBN

Candidato à reeleição pelo PDT, o prefeito de Fortaleza José Sarto afirmou nesta quarta-feira, 4, que Evandro Leitão (PT) não tem credenciais para administrar a Capital em razão do medo que, segundo o pedetista, ficou demonstrado pelo hoje opositor em relação às facções criminosas durante sessão na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), em 2018.

Sarto foi o terceiro entrevistado nas sabatinas O POVO com os candidatos ao Paço Municipal, transmitidas pela Rádio O POVO CBN. A ordem dos candidatos foi definida em sorteio. 

Assista à íntegra da sabatina com José Sarto

Sarto e Evandro são contemporâneos na Alece. O petista liderava o governo de Camilo Santana (PT) na Casa, enquanto o pedetista era o vice-líder.

A discussão que o prefeito se refere era em torno da instalação ou não de uma CPI que teria objetivo de investigar as facções criminosas, inclusive com enfoque em eventuais relações desses grupos com o poder constituído. Evandro não quis que a investigação fosse levada a cabo sob alegação de que tinha família. O PDT pressiona a Casa, atualmente presidida por Leitão, pela divulgação do vídeo da sessão.

"Se essa Casa quiser aprovar a CPI do narcotráfico, eu sou a favor, mas não vou colocar minha assinatura porque eu sou pai de família, minha família precisa de mim", disse Evandro à tribuna, conforme matéria do O POVO publicada na edição impressa de 16 de fevereiro de 2018. 

Sarto também não assinou a CPI e foi questionado sobre isso na Sabatina O POVO. "Eu nunca disse que tinha medo de facção, eu não tenho medo de facção. O Leitão tem. À época, a nossa razão (pela qual não assinou) é exatamente a que ele está dizendo hoje: a motivação política da CPI. Tem uma diferença abissal, enorme, entre não assinar por compreender que é uma narrativa da oposição que quer, evidentemente, desgastar governos, e outra é dizer que tem medo de investigar facção. É uma diferença quilométrica", disse aos entrevistadores Jocélio Leal e Érico Firmo, ambos colunistas do O POVO.

Indagado mais uma vez, agora sobre se o resultado prático não seria o mesmo, a ausência da assinatura, ele respondeu que não. "Porque, como líder de uma bancada, como líder de um governo, ele é uma opinião qualificada. Dizer que tem medo de investigar facção, dizer que tem uma questão pessoal, ai é um outro patamar, porque o candidato hoje quer ser prefeito de Fortaleza mostrando que tem medo. Medo porque o governo do Ceará entregou presídios para as facções", criticou Sarto.

E questionou: "Veja só, como é que um candidato desse quer ser prefeito de Fortaleza, se tem medo de sentar na cadeira de prefeito, que não comporta esse tipo de atitude?". O gestor ainda acrescentou que a campanha de Evandro suprimiu outro vídeo das redes sociais, este em que Evandro entrega uma camisa de candidato a vereador nas mãos de uma potencial eleitora. Para Sarto, a atitude configurou "crime eleitoral".

 

FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 04-09-2024: Sabatina do canditado a prefeitura José Sarto do PDT na Radio O Povo CBN. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 04-09-2024: Sabatina do canditado a prefeitura José Sarto do PDT na Radio O Povo CBN. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

Sarto diz que Prefeitura não tem como abdicar de Taxa do Lixo

O prefeito de Fortaleza José Sarto, candidato à reeleição pelo PDT, afirmou ontem que a administração municipal não tem meios de renunciar à receita oriunda da Taxa do Lixo, sancionada em dezembro de 2022 depois de aprovada na Câmara Municipal (CMFor).

"Você acha que qualquer gestor quer impor uma taxa? Essa taxa foi exatamente imposta pela lei do Marco Regulatório, artigo 35, parágrafo segundo, diz claramente: se você não fizer, incorre em renúncia fiscal. Cinco capitais não cobram. São Paulo tem orçamento próprio. As outras capitais estão em vias de cobrar. O que nós fizemos aqui foi manter a maior taxa de isenção do Brasil: 70% das residências não pagam a Taxa do Lixo", argumentou Sarto.

Na sequência, o gestor dividiu o ônus político da cobrança da tarifa com os adversários dele na disputa eleitoral, citando partidos e lideranças políticas aos quais são ligados. "Tem candidatos do União Brasil, que Salvador é União Brasil, que cobram a Taxa do Lixo. Porto Velho é União Brasil e cobra a Taxa do Lixo", disse sobre o partido de Capitão Wagner, concorrente ao mesmo cargo. "Quem sancionou a lei do Marco Regulatório foi o Bolsonaro, que tem candidato aqui", adicionou sobre André Fernandes, do PL.

E complementou, agora citando o PT de Evandro Leitão: "Prefeituras do PT inclusive estão cobrando a Taxa do Lixo agora no consórcio do Cariri, inclusive teve como relator o Leitão na Assembleia estabeleceu a Taxa do Lixo lá." Conforme Sarto, a Prefeitura de Fortaleza arrecada aproximadamente R$ 170 milhões ao ano. "O custo de fazer a limpeza da Cidade é de R$ 600 milhões. Nós produzimos 118 mil toneladas por mês", afirmou.

Pontos de coleta de lixo, agentes ambientais, Ecopontos são políticas em aperfeiçoamento, conforme Sarto. "O impacto (da taxação) será sentido progressivamente. A gente está a cada mês ampliando ações em todas as vertentes. Nós estamos concorrendo a prêmios por inovação em tecnologia por empresa pública. A última pesquisa Datafolha falou que um dos serviços melhor avaliados de Fortaleza era a coleta domiciliar. A gente sabe que tem que avançar muito, mas a gente já tem feito um bocado", assinalou. (Carlos Holanda)

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