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Cadeirada de Datena em Marçal expõe campanha sem limites em São Paulo
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Cadeirada de Datena em Marçal expõe campanha sem limites em São Paulo

| Agressão | Campanhas veem saldo negativo na reação de Marçal após cadeirada. Rede TV! decide parafusar no chão cadeiras de debate após agressão de Datena a Marçal
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Datena agride Marçal no debate da TV Cultura  (Foto: Reprodução TV Cultura )
Foto: Reprodução TV Cultura Datena agride Marçal no debate da TV Cultura

A cada dia, alguns dos principais candidatos à Prefeitura de São Paulo provam que não há limites para atos e fatos na disputa deste ano. A cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) acentuou o clima de vale-tudo na política - inclusive a violência física - durante a campanha da maior metrópole da América Latina.

Marçal deixou o hospital na manhã de ontem e sua defesa registrou queixa contra Datena por lesão corporal. O candidato do PSDB reiterou que não se arrependia da agressão ao afirmar que "não deixaria de repetir o gesto" e dizer que esperava "ter lavado a alma de milhões de pessoas". Os dois candidatos e os outros mais bem colocados nas pesquisas confirmaram presença e voltam a se enfrentar hoje no debate da RedeTV! em parceria com o UOL.

O Ministério Público Eleitoral abriu uma investigação para apurar as circunstâncias do episódio. A cadeirada de Datena em Marçal foi desferida no fim da noite de anteontem, durante o debate promovido pela TV Cultura. Em razão disso, a RedeTV! tomou uma decisão inédita e resolveu parafusar no chão do estúdio as cadeiras, do tipo banqueta, que serão usadas pelos candidatos. A informação foi confirmada pela superintendente de Jornalismo da emissora, Stephanie Freitas.

O influenciador deixou o Hospital Sírio-Libanês - usando uma tipoia e uma tala ortopédica - para fazer exame de corpo de delito no IML. O hospital informou que Marçal teve "traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas".

Na avaliação das campanhas, Marçal exagerou na exploração do caso e deve colher um saldo negativo. Assessores que atuam na linha de frente das candidaturas do próprio Datena, de Ricardo Nunes (MDB), de Guilherme Boulos (Psol) e de Tabata Amaral acreditam que o influenciador "passou da dose" ao comparar a agressão aos atentados contra Jair Bolsonaro (PL) e Donald Trump. Bolsonaro foi esfaqueado durante a campanha presidencial de 2018, enquanto Trump foi alvo de atentado a tiros em comício na Pensilvânia este ano.

Análises iniciais indicam que a comparação com Trump e Bolsonaro, aliada ao que consideram uma tentativa de vitimização, foi malvista nas redes sociais. Além disso, há entendimento de que Marçal exagerou na superprodução de conteúdos sobre o caso, atribuindo uma gravidade maior do que a realidade. Um exemplo citado pelas campanhas é o vídeo em que ele aparece dentro de uma ambulância usando uma máquina de oxigênio.

Marçal publicou 20 vídeos sobre o episódio nas 12 horas consecutivas. A série de publicações gerou 94 milhões de visualizações no Instagram, rede em que ele tem 4,9 milhões de seguidores. Estrategistas das campanhas, porém, acreditam que é cedo para definir o impacto do episódio nas pesquisas. Além disso, os desdobramentos, incluindo o debate de hoje, podem influenciar o cenário. (Agência Estado)

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