Em Juazeiro do Norte, cidade localizada na Região do Cariri e distante quilômetros 527,5 quilômetros de Fortaleza, o candidato Glêdson Bezerra (Podemos) acumula 45% das intenções de voto na segunda rodada da pesquisa realizada pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), contratada pela TV Verdes Mares Cariri. Ele está tecnicamente empatado com Fernando Santana (PT), que tem 41% do eleitorado.
O levantamento mostra que Glêdson caiu 4 pontos percentuais, enquanto Fernando cresceu 4. Em pesquisa divulgada pelo instituto no início de setembro, o candidato do Podemos estava com 49% ante 37% do petista. A diferença que era de 12 pontos, portanto, agora está em 4 pontos.
Sued Carvalho (UP) detém 3%, e Lino Alves (PCO) tem 1% das intenções de voto, também empatados tecnicamente. A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira, 19. Confira o cenário estimulado, quando são apresentados os nomes dos candidatos:
O levantamento foi realizado entre os dia 16 e de 18 setembro em Juazeiro e contou com 800 entrevistados. Com índice de confiança de 95%, a pesquisa registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o número CE-03999/2024, tem margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
No cenário espontâneo, o atual prefeito Glêdson pontua 36% das intenções de voto; enquanto Santana, 30%. Ambos estão tecnicamente empatados no limite da margem de erro. Veja:
Sued e Lino chegaram a ser citados, mas, segundo o Ipec, eles não alcançaram um ponto das intenções.
A pesquisa também aponta a rejeição dos candidatos. Confira:
A pesquisa anterior do Ipec, realizada entres os dias 2 e 4 deste setembro, mostrava os seguintes cenários. Na época, também foram consultadas 800 entrevistados. Contratada pela TV Verdes Mares Cariri, a primeira rodada da pesquisa está registrada no TSE sob o número CE-07068/2024, com índice de confiança de 95% e margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Deputado estadual apoiado pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), Fernando enfrenta um conglomerado de partidos de oposição ao grupo que dá sustentação ao governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), eleito em 2022 ainda no primeiro turno.
Em seu arco de alianças, Glêdson conta com PDT, PSDB, Cidadania, PP, União Brasil e PL. Na convenção que o lançou como candidato à reeleição, o prefeito Glêdson conseguiu reunir, no mesmo palanque, o ex-presidenciavél Ciro Gomes (PDT) e o deputado estadual Carmelo Neto (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Embora hoje concorram ao Executivo, Glêdson e Fernando se mantiveram próximos até o início deste ano, quando o prefeito ainda tentava postular a reeleição com a chancela do Palácio da Abolição. Como a aliança não foi possível, o chefe do Executivo municipal costurou um bloco arregimentando todas as legendas fora da composição encabeçada pelo representante do PT.
Fernando, por sua vez, consolidou-se como o desafiante com mais capital para tentar impedir a reeleição de Glêdson, que chegou ao poder em 2020 ainda na esteira da força do bolsonarismo no Ceará.
Naquele ano, a oposição à direita elegeu, além de Glêdson, o prefeito de Caucaia, Vitor Valim, então no Pros, mesmo partido de Capitão Wagner à época. Passados quatro anos, Valim se deslocou para o governismo, embarcando no PSB, e Wagner migrou para o União Brasil, pelo qual concorre em Fortaleza em 2024.
Outros nomes de opositores ao governo eleitos em cidades importantes, tais como São Gonçalo do Amarante, também acabaram por aderir à base de Elmano e Camilo.
Município tradicionalmente avesso a reconduzir gestores, Juazeiro esteve perto de alcançar número de eleitores suficiente para assegurar possibilidade de segundo turno, mas não atingiu o patamar requerido.
O primeiro turno na maior cidade da região do Cariri, no entanto, já assume desde já ares de uma disputa mano a mano, com dois polos muito bem definidos: de um lado, as forças do governismo estadual, lideradas por Camilo e Cid Gomes (PSB). Do outro, a oposição, que tem superado divergências ideológicas para se aglutinar em torno dos pleiteantes com mais chances nos principais municípios.
É o caso, por exemplo, de Ciro e Carmelo, este um bolsonarista-raiz e deputado estadual mais votado em 2022. Em Juazeiro, ambos foram recepcionados na convenção de Glêdson como os grandes fiadores de sua candidatura, que tenta agora derrotar a influência do “camilismo” na região que é berço do ex-governador e hoje chefe do MEC.