A quatro dias das eleições, a segunda rodada da pesquisa AtlasIntel para prefeito de Juazeiro do Norte mostra o atual prefeito e candidato à reeleição, Glêdson Bezerra (Podemos), com 49,9% das intenções de voto contra 46% do candidato Fernando Santana (PT). Os dois estão empatados tecnicamente dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
A candidata Sued Carvalho (UP) aparece com 1% e o candidato Lino Alves (PCO) não pontuou. Brancos e nulos somam 0,7%. Não sabem 2,4%.
Em relação à primeira rodada da pesquisa Atlas, divulgada no dia 19 de agosto, Glêdson Bezerra recuou 4,4 pontos percentuais. Antes, o candidato tinha 54,3% das intenções de voto. Já Fernando Santana, que no levantamento anterior tinha 38,1%, avançou 7,9 pontos percentuais.
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Sued oscilou negativamente 1,6%. Lino Alves não constava na primeira rodada porque a pesquisa foi registrada feita antes de ele formalizar candidatura.
A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa AtlasIntel ouviu 806 eleitores entre os dias 27 de setembro e 1º de outubro. O levantamento foi contratado pelo O POVO e está registrado com o número CE-06953/2024.
Deputado estadual apoiado pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), Fernando Santana (PT) enfrenta um conglomerado de partidos de oposição ao grupo que dá sustentação ao governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), eleito em 2022 ainda no primeiro turno.
Em seu arco de alianças, o prefeito e candidato à reeleição Glêdson Bezerra (Podemos) conta com PDT, PSDB, Cidadania, PP, União Brasil e PL. Na convenção que o lançou como candidato, o prefeito de Juazeiro conseguiu reunir, no mesmo palanque, o ex-presidenciavél Ciro Gomes (PDT) e o deputado estadual Carmelo Neto (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Embora hoje concorram ao Executivo, Glêdson e Fernando se mantiveram próximos até o início deste ano, quando o prefeito ainda tentava postular a reeleição com a chancela do Palácio da Abolição. Como a aliança não foi possível, o chefe do Executivo municipal costurou um bloco arregimentando todas as legendas fora da composição encabeçada pelo representante do PT.
Fernando, por sua vez, consolidou-se como o desafiante com mais capital para tentar impedir a reeleição de Glêdson, que chegou ao poder em 2020 ainda na esteira da força do bolsonarismo no Ceará.
Naquele ano, a oposição à direita elegeu, além de Glêdson, o prefeito de Caucaia, Vitor Valim, então no Pros, mesmo partido de Capitão Wagner à época. Passados quatro anos, Valim se deslocou para o governismo, embarcando no PSB, e Wagner migrou para o União Brasil, pelo qual concorre em Fortaleza em 2024.
Outros nomes de opositores ao governo eleitos em cidades importantes, tais como São Gonçalo do Amarante, também acabaram por aderir à base de Elmano e Camilo.
Município tradicionalmente avesso a reconduzir gestores, Juazeiro esteve perto de alcançar número de eleitores suficiente para assegurar possibilidade de segundo turno, mas não atingiu o patamar requerido.
O primeiro turno na maior cidade da região do Cariri, no entanto, já assume desde já ares de uma disputa mano a mano, com dois polos muito bem definidos: de um lado, as forças do governismo estadual, lideradas por Camilo e Cid Gomes (PSB). Do outro, a oposição, que tem superado divergências ideológicas para se aglutinar em torno dos pleiteantes com mais chances nos principais municípios.
É o caso, por exemplo, de Ciro e Carmelo, este um bolsonarista-raiz e deputado estadual mais votado em 2022. Em Juazeiro, ambos foram recepcionados na convenção de Glêdson como os grandes fiadores de sua candidatura, que tenta agora derrotar a influência do “camilismo” na região que é berço do ex-governador e hoje chefe do MEC.
A AtlasIntel iniciou as atividades em 2017, em Seattle, Estados Unidos, e São Paulo. Em 2019, realizou a única pesquisa a acertar os resultados dentro da margem de erro de todos os candidatos na eleição presidencial da Argentina.
Em 2020, foi o instituto com melhor desempenho nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. As pesquisas AtlasIntel tiveram erro médio de dois pontos percentuais, o menor entre mais de 390 institutos, considerando levantamentos estaduais e nacionais. A pesquisa nacional final teve erro de 0,2 ponto percentual.
Nas eleições municipais no Brasil em 2020, foi o instituto que mais se aproximou do resultado em todos os municípios onde fez pesquisa antes da eleição — São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e Porto Alegre.
Em 2021, teve o melhor desempenho no primeiro turno na eleição presidencial no Chile. Em 2022, foi a única pesquisa a se aproximar do resultado do plebiscito constitucional chileno.
Em 2022, realizou a pesquisa que mais se aproximou do resultado do 1º turno da eleição presidencial no Brasil, além das pesquisas mais precisas em 9 dos 11 estados nos quais realizou pesquisas.
Em 2023, teve os melhores resultados nas eleições parlamentares na Espanha e no primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina. Foi o único instituto que apontou Sergio Massa na frente no primeiro turno, além de indicar vitória de Javier Milei no segundo turno.
O instituto foi fundado por Andrei Roman e Thiago Costa. Ambos são doutores pela Universidade de Harvard. Roman em Ciência Política e Costa em Matemática Aplicada. Costa é cearense e foi um dos destaques em omlipíadas de matemática, com medalha de ouro na edição brasileira e duas de prata na olimpíada universitária internacional.
A pesquisa usa a metodologia de Recrutamento digital aleatório (RDR, da sigla em inglês). Usuários recebem convites aleatórios para responder aos questionários por meio de anúncios online.
Os questionários são validados com verificação do token único em cada convite, o que impede que seja considerada mais de uma resposta ao mesmo questionário, ou de questionários com token inválidos. IPs de aparelhos que já submeteram um questionário são automaticamente barrados de ter um novo questionário considerado, mesmo que seja submetido novo token válido.
Uma vantagem no método é o fato de não haver entrevistador. A ausência de interação humana evita o efeito do eleitor tímido ou que reluta em expressar a real opinião.
A metodologia enfrenta crítica por se limitar a usuários de internet, o que reduziria a abrangência. Tdavia, o instituto já demonstrou capacidade de realizar pesquisas precisas em regiões diversas do ponto de vista socioeconômico, como no Nordeste brasileiro e lugares remotos em Angola, Argentina, Colômbia, Equador, México e Romênia.
Mecanismos de ponderação são implantados para ajustar possíveis distorções na representação demográfica.
Pesquisa Atlas Juazeiro: maioria aprova gestão Glêdson; saúde é maior problema
A pesquisa AtlasIntel para a Prefeitura de Juazeiro do Norte mediu o desempenho dos líderes de governo nas três esferas.
A gestão do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) é aprovada por 51% dos respondentes e desaprovada por 38%. Outros 12% não souberam responder.
O governo Elmano de Freitas (PT) também tem aprovação de 51% entre os eleitores de Juazeiro do Norte. A desaprovação é de 33%, além de 17% que não responderam.
Já o governo Lula (PT) é aprovado por 62% em Juazeiro do Norte, desaprovado por 32% e 6% não responderam.
Em agosto a aprovação de Glêdson era de 46% e a desaprovação 38%. Apesar da queda em intenções de voto, houve melhora na percepção sobre a gestão.
Elmano tinha 42% de aprovação e 47% de desaprovação e teve melhora considerável. Já Lula obteve 59% de aprovação e 33% de desaprovação na pesquisa anterior. A impressçao sobre o presidente variou na margem de erro.
A segunda rodada da pesquisa Atlas Intel foi realizada entre os dias 27 de setembro e 1º de outubro com 806 eleitores de Juazeiro do Norte. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para mens, com intervalo de confiança de 95%. O levantamento foi contratado pelo O POVO e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número CE-06953/2024.
Além de perguntar sobre a aprovação, a pesquisa Atlas também aferiu a avaliação das esferas de governo entre a população de Juazeiro do Norte.
O governo Lula recebeu conceito ótimo ou bom de 56% dos pesquisados em Juazeiro do Norte. A avaliação regular foi manifesta por 17%. Para 27%, a gestão federal é ruim ou péssima.
O governo Elmano teve, em Juazeiro, 46% de ótimo e bom, 28% de regular e 25% de ruim ou péssimo.
Já o desempenho do prefeito Glêdson foi tido como ótimo ou bom por 43%, regular por 21% e ruim ou péssimo por 36%.
A pesquisa perguntou ainda sobre a imagem dos candidatos a prefeito de Juazeiro do Norte.
Glêdson Bezerra tem imagem positiva para 50% e negativa para 37%.
Números próximos aos de Fernando Santana, positivos para 47% e negativos para 40%.
Sued Carvalho (UP) tem imagem positiva para 16%, percentual igual aos que consideram a imagem negativa. A maioria, 68% não soube opinar sobre a imagem da candidata.
Lino Alves (PCO) tem 7% de imagem positiva, 19% de negativa e 74% que disseram não saber.
Além dos candidatos, a AtlasIntel perguntou sobre a imagem de importantes padrinhos políticos. Em Juazeiro do Norte, a imagem mais favorável segue sendo a de Camilo Santana (PT), positiva para 73% e negativa para 20%.
Lula tem imagem positiva para 64% e negativa para 28% entre eleitores de Juazeiro do Norte.
A imagem de Elmano é positiva para 55% e negativa para 23%.
A imagem do senador Cid Gomes (PSB) divide opiniões em Juazeiro do Norte: positiva para 36%, negativa para 33%.
Já a imagem dom irmão dele, Ciro Gomes (PDT), é majoritariamente negativa: 43%, enquanto 28% consideram negativa.
Pior ainda é a impressão a respeito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): negativa para 21% e positiva para 59%.
A AtlasIntel questionou ainda sobre o maior problema de Juazeiro do Norte. Saúde foi apontada por 71,1%. Criminalidade foi a resposta de 39,5%. Para 36,3%, é a educação.
Foi feita ainda a avaliação de nove áreas da Prefeitura. Predominaram as impressões negativas. Confira os números: