Boa parte dos deputados estaduais do PDT aguardam apenas a definição na Justiça para poderem deixar o partido, a grande maioria a caminho do PSB. A provável debandada ficou evidente desde as eleições 2022, quando houve um racha dentro do partido, com uma ala mais próxima a Ciro Gomes e outra mais próxima de Cid Gomes (PSB), que já migrou de legenda.
O grupo de 14 parlamentares, entre os com mandato e os suplentes, disputa na Justiça a liberação para sair do PDT sem que a sigla possa pedir os mandatos. Apesar de decisão a favor dos parlamentares, o PDT recorreu e uma decisão final no Pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda é aguardada.
Nesse ínterim, alguns deputados já falam abertamente como se fosse membros do PSB, de Cid. Na sessão plenária desta terça-feira, 8, na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Sérgio Aguiar (PDT) comemorava as 65 prefeituras conquistadas pelo seu futuro partido nas eleições do último domingo, 6.
Para Sérgio, a definição de quando deixar o partido deve ficar para novembro, visto que ainda haverá segundo turno em Fortaleza e Caucaia, com envolvimento das siglas. Já Guilherme Landim (PDT) prefere aguardar a decisão final da Justiça para realizar a migração.
Landim não nega que, com as mudanças que devem vir após essa definição, os comandos na Assembleia também podem mudar de lado. Não raramente, o partido de maior bancada preside a Casa. Com ampla maioria nas últimas eleições, o PDT comandou a Alece com o atual prefeito José Sarto e depois por meio dos dois mandatos de Evandro Leitão, que hoje está no PT, partido pelo qual concorre a prefeito de Fortaleza.
O segundo mandato de Leitão acaba ao final do ano e, no retorno aos trabalhos em 2025, haverá novas eleições. O PDT tem hoje 15 parlamentares, com a maior bancada, enquanto o PSB não tem nenhum. No entanto, mais da metade destes parlamentares está na lista dos que querem deixar a sigla e, caso o destino de todos seja o PSB, este se tornará o de maior representatividade, devendo pleitear a presidência.
Resta saber se esta migração ocorrerá antes da próxima eleição da Mesa Diretora da Alece, levando o PSB, que atualmente não possui nenhum representante no Parlamento, a ter o maior número de deputados.