Edilson das Casas (União Brasil) foi eleito no município de Pacajus, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), com 28,23% dos votos. O desempenho dele foi o de percentual mais baixo entre 182 prefeitos que venceram no 1º turno no Ceará no último dia 6 de outubro.
O percentual baixo é revelador de uma disputa acirrada em Pacajus, onde outros três postulantes apresentaram candidaturas competitivas, todos com mais de 15% dos votos.
Alex Nogueira (Podemos) conquistou 27,56% do eleitorado, somando 12.357 votos, ficando em segundo lugar por apenas 303 votos. Com 27,12%, cerca de 12.163 votos, Junior Chaves (PP) ficou em terceiro lugar, 497 sufrágios a menos que Edilson das Casas.
O quarto colocado, Tó da Guiomar (Republicanos), é o atual prefeito da cidade de Pacajus, eleito em eleições indiretas na Câmara Municipal em 2023, após o prefeito e vice-prefeito eleitos terem seus mandatos cassados por nepotismo. Ele recebeu 7.140 votos, 15,92 do total%.
Embora com uma diferença pequena e com votos distribuídos, a Constituição de 1988 prevê o segundo turno em eleições para prefeitos apenas para municípios com mais de 200 mil eleitores. Pacajus conta com um eleitorado de 53.465 eleitores, e foram registrados 47.352 votos nas urnas. No Ceará, apenas Fortaleza e Caucaia têm a possibilidade de realizar uma eleição em dois turnos
Vencedor de uma disputa apertada, Edilson tomará posse em 1º de janeiro de 2025 na Prefeitura de Pacajus apoiado por nomes da direita na política estadual, como Capitão Wagner (União Brasil), a deputada federal Dayany Bittencourt (União Brasil) e o deputado estadual Carmelo Neto (PL).
Em agosto, por unanimidade, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) decidiu afastar Francisco Fagner da Costa, conhecido como Faguim (PSB), da Prefeitura de Pacajus. Então presidente da Câmara Municipal, Tó da Guiomar reassumiu o cargo em cerimônia de posse na sede do Legislativo.
Os juízes José Tarcilio Souza da Silva, Inácio de Alencar Cortez Neto e Durval Aires Filho anularam o mandado de segurança que concedia o retorno de Faguim à gestão municipal. Os magistrados ponderaram que "não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição". Eles argumentam que não deve ser concedido mandado de segurança "quando se tratar de decisão judicial em que caiba outros recursos".
Em janeiro deste ano, Bruno Figueiredo reassumiu como prefeito de Pacajuspor decisão da Justiça. Em abril, no entanto, ele renuncioupara que o vice, Faguim, assumisse.
Bruno e Faguim tiveram os mandatos cassados por acusações de nepotismo, que é quando quando um agente público usa seu poder para nomear, contratar ou favorecer parentes.A cassação ocorreu após a abertura de uma Comissão Processante na Câmara Municipal de Pacajus para apurar denúncias de cargos comissionados para empregar parentes de gestores públicoscuja prática configura nepotismo.
A nora e uma sobrinha do prefeito Bruno Figueiredo e duas irmãs e um irmão do vice-prefeito foram contratados para trabalhar na Prefeitura. A cassação ocorreu após a polêmica, quando Bruno passar a exigir "trabalho voluntário" para assegurar o transporte aos universitários.