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‘É difícil falar em perdão’, diz Anielle; familiares foram ouvidos pelo júri
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‘É difícil falar em perdão’, diz Anielle; familiares foram ouvidos pelo júri

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MINISTRA Anielle Franco e Mônica Benício se abraçam após ouvirem a sentença no último dia do julgamento (Foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP)
Foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP MINISTRA Anielle Franco e Mônica Benício se abraçam após ouvirem a sentença no último dia do julgamento

Depois da leitura da sentença, um clima de forte comoção tomou conta dos familiares de Marielle Franco e Anderson Gomes, que assistiam ao julgamento no 4º Tribunal do Júri do Rio. Abraçaram-se a mãe de Marielle, Marinete da Silva, a viúva e também vereadora, Mônica Benício, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, e a viúva do motorista Anderson Gomes, Ágata Arnaus Reis.

Todos depuseram no primeiro dia, com exceção de Anielle. Também estava no julgamento, e muito emocionada, a filha de Marielle, Luyara.

Antes da sentença, Anielle reagiu ao pedido de perdão feito por Ronnie Lessa em depoimento, anteontem: "É difícil falar de perdão aos autores confessos do crime. Eu sou uma mulher, assim como Luyara e a minha mãe, que fomos ensinadas a sermos cristãs. Não sou eu que tenho de perdoá-lo. Ele tem de ser perdoado por qualquer religião que ele tenha, mas é difícil falar de perdão e de sentimento quando a gente não tem a Mari aqui", disse a ministra ao chegar ontem ao TJ do Rio.

Em seu depoimento, Lessa, um dos executores de Marielle e de Anderson afirmou: "Tirei um peso das minhas costas confessando o crime, podendo dar uma continuidade a isso para amenizar essa angústia de todos, da sociedade inteira. Se eu puder amenizar isso, estou fazendo o máximo. Vou cumprir o meu papel até o final".

"Tenho certeza de que a Justiça vai ser feita. Hoje é uma parte. Tenho certeza absoluta que ela vai ser feita no STF. Ninguém vai ficar de fora, não. É da base ao topo dessa pirâmide, sem exceções. Ninguém vai se safar", disse Lessa.

Testemunhas

Entre as testemunhas, sete foram indicadas pelo Ministério Público, e outras duas pela defesa de Lessa. A defesa de Élcio Queiroz também ia indicar testemunhas, mas desistiu. Preso preventivamente desde março de 2019, Élcio Queiroz foi o motorista do carro que seguiu Marielle e Anderson pelo centro do Rio.

Em 14 de junho de 2023, Élcio Queiroz decidiu fazer uma colaboração premiada, admitiu a participação no crime e deu detalhes da execução aos investigadores da Polícia Federal e do MP.

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