O governador Elmano de Freitas (PT) considera haver condições para o deputado estadual Fernando Santana (PT) ser eleito o próximo presidente da Assembleia Legislativa do Ceará. Porém, ele afirma que a decisão será dos parlamentares e evita a imagem de interferência excessiva no processo.
"Eu aprendi que o governador debate com a Casa, porque eu sou parte de um projeto político, e esse projeto político evidentemente tem interesse em ter à frente alguém do seu projeto dirigindo a Casa, mas respeitando a autonomia da Assembleia, não interferindo demais no processo", disse Elmano, que era deputado estadual até 2022, quando foi eleito governador.
As declarações foram dadas em entrevista nesta terça-feira, 12, durante agenda do governador no Senai da Barra do Ceará, em Fortaleza. Elmano narrou as tratativas da última sexta-feira, quando deu o aval para Fernando Santana se viabilizar como candidato a presidente.
"O deputado Fernando conversou comigo, colocou que estava disposto a colocar o nome, ele é o 1º vice-presidente. Ele me parece que tem um apoio bastante significativo da base. E, se ele tem esse apoio, efetivamente ele pode ser o presidente".
Elmano destacou que as negociações prosseguem, mas considera o assunto bem encaminhado. "É algo para a gente conversar e tem muita conversa ainda para acontecer, mas me parece que tem um bom encaminhamento nesse sentido".
O nome de Fernando foi discutido pela cúpula petista, contando com o apoio do ministro da Educação, Camilo Santana (PT) e com o aval dos demais líderes, como Elmano e o próprio Evandro Leitão (PT), atual presidente que deixa o cargo para assumir como prefeito de Fortaleza, em janeiro.
A data da eleição na Alece ainda não está definida, mas está prevista para a primeira quinzena de dezembro. Fernando já ligou para colegas parlamentares informando a candidatura para presidir a Casa legislativa e em busca de apoio. Ele atualmente ocupa a 1° vice-presidência da Assembleia, função que já exerceu por três vezes.
Fernando assumirá a presidência da Casa quando Evandro renunciar para tomar posse como prefeito e ficará no cargo até o fim de janeiro, para completar o mandato de Evandro, e concorrerá a um novo mandato. Seguindo a linha sucessória, quem deverá ser o candidato a 1° vice-presidente é o deputado estadual Osmar Baquit (PDT). O parlamentar está no sétimo mandato na Alece, e é o 2° vice-presidente da Casa.
O governador rebateu críticas de adversários acerca da concentração de posições de destaque ocupadas pelo PT no Ceará. O partido está à frente do governo do Estado, com Elmano; assumirá a Prefeitura de Fortaleza, em janeiro, com Evandro Leitão. Além disso, o partido encaminha a candidatura de Fernando Santana (PT) a presidente da Assembleia Legislativa (Alece).
Elmano rechaçou as críticas e reforçou que o destaque do partido gera aumento de responsabilidades. "Sobre o PT ter governo e prefeitura, se alguém reclamar, reclame do povo. Porque o povo me elegeu e elegeu Evandro Leitão. E nós fizemos isso de maneira democrática, com muita humildade e, da nossa parte, aumenta muito é a nossa responsabilidade", disse o petista.
O governador relembrou o argumento da campanha de Leitão neste ano sobre o alinhamento e disse que a tarefa do grupo político, agora, é provar que o alinhamento entre os governos federal, estadual e municipal trará benefícios à população.
"Aumenta a responsabilidade porque agora nós dirigimos, com o governo do presidente Lula, eu sou governador (do Ceará), o Evandro Leitão é o prefeito eleito (de Fortaleza), e nós temos agora que demonstrar na prática, na vida do povo, o que nós falávamos na campanha; que esse alinhamento seria bom. Então, nós temos o grande desafio de demonstrar, efetivamente, que será bom para o povo de Fortaleza", disse.
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Em Fortaleza, a Câmara Municipal de Fortaleza também definirá quem assume a presidência a partir de janeiro, quando começa a nova legislatura e o prefeito eleito Evandro Leitão (PT) tomará posse. Na esfera municipal, Elmano disse que não se envolve em nada quanto ao Legislativo.
"O da Câmara, aí evidentemente que cabe aos vereadores e ao prefeito dialogar e encontrar. Isso aí eu não me meto é de jeito nenhum. Aí eu respeito absolutamente. É outro ente. Eu acho que deve ser assim. O governador não deve estar se metendo em eleição de Câmara Municipal".