Fernando Santana (PT) foi escolhido para ser o candidato da base estadual para suceder Evandro Leitão (PT) na presidência da Assembleia Legislativa (Alece). Antes tratada apenas em bastidores, a definição começou a receber manifestações abertas de petistas, de aliados próximos ao senador Cid Gomes (PSB) e da oposição.
Presidente do PT em Fortaleza e deputado estadual, Guilherme Sampaio afirmou que Fernando é um "excelente nome" e tem todas as condições para assumir o posto maior no parlamento cearense. Ele, porém, pregou a construção de consenso com as demais bancadas.
Guilherme considera que não deverá haver outra chapa para postular a presidência da Alece vinda de um bloco aliado. Deputados como Osmar Baquit (PDT), Guilherme Landim (PDT), Romeu Aldigueri (PDT), Sérgio Aguiar (PDT) e Salmito Filho (PDT) foram citados para concorrer.
"Não creio que esse seja o clima (de uma outra chapa), não creio que essa seja a predisposição. A base aqui do governo na Assembleia Legislativa tem um sentimento de responsabilidade muito forte com o projeto político que tá em curso aqui no Estado do Ceará sob a liderança do governador Elmano (...) O que eu percebo é um sentimento de muita responsabilidade, de muita disposição ao diálogo e a construção de consensos na bancada e eventualmente até na própria Assembleia como um todo", afirmou.
Em linha semelhante, De Assis Diniz (PT), líder do bloco PT/PCdoB/PSDB/Cidadania/PSD, disse desconhecer qualquer conflito na Alece em relação à escolha de Fernando. "Você pode ter certeza que na construção da resolução ela está intimamente ligada a um sentimento de aderência a candidatura do Fernando Santana. Nós temos dois grupos do PDT. Eu falei há pouco com alguns dos dois grupos e eu não senti isso. O que eles dizem é que se for o nome de consenso do governo com a base vão votar tranquilamente", declarou.
Davi de Raimundão (MDB) também elogiou Fernando, o definindo como pessoa muito preparada e competente, lembrando ter feito campanha para o petista na eleição para prefeito de Juazeiro do Norte, em chapa que tinha como vice a mãe do emedebista, Maricele Macedo.
"O deputado David de Raimundão assim como todo o MDB, deputado Agenor (Neto), Danniel (Oliveira), acredito que vai logicamente dialogar, conversar, ver os projetos que ele tem pra Casa. Mas a gente não vê dificuldade por conhecer o caráter, conhecer a pessoa e saber que ele (Fernando) tem a capacidade de sobra de conduzir essa casa do povo cearense", afirmou.
Na sessão plenária desta quarta-feira, 13, De Assis Diniz usou a tribuna para apresentar o nome de Fernando Santana como candidato. Ele citou a trajetória, a formação, a carreira política e os trunfos do atual 1° vice-presidente.
Durante a fala, deputados da oposição, que discutem a possibilidade de uma chapa própria, pediram aparte e se posicionaram manifestando o desejo da construção de um diálogo para que o bloco seja contemplado na nova composição da Mesa Diretora.
"Ficamos felizes com esse debate da Mesa Diretora. Acreditamos que é possível se construir uma candidatura que possa vir ao encontro dos anseios da minoria da Casa. Que se negocie e converse com todos os segmentos da Casa para que a gente possa construir uma Mesa eclética e com a representação de todos os segmentos", disse Cláudio Pinho (PDT).
Felipe Mota, falando pelo União Brasil, apontou que o diálogo sobre a candidatura de Fernando Santana pode inserir na discussão uma reivindicação para que a sigla tenha espaço. "E assim nós cheguemos em um consenso que facilite e dê mais respeitabilidade a nossa Casa e ao poder Legislativo", declarou.
Apesar dos petistas pregarem a tese de consenso em torno da nova Mesa Diretora, o bloco de deputados, hoje no PDT, ligados a Cid Gomes está afastado das principais conversas e negociações.
Lia Gomes (PDT), deputada estadual e irmã de Cid afirmou que o senador não tem o costume de falar enquanto o resultado oficial não sai, mas segundo ela, "parece" que já há a definição por Fernando Santana. "Pelo o que eu estou escutando", disse.
"Eu continuo com a mesma opinião. Eu acho que o poder, se é um grupo que está aí na composição da base do governo, penso que tem que haver uma divisão. Mas eu não participo nessa negociação e essa conversa se dá nas lideranças e vamos ver o que eles decidem", completou Lia.