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Guimarães diz que indicação de Fernando é irreversível: "Seria uma desmoralização do governador"
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Guimarães diz que indicação de Fernando é irreversível: "Seria uma desmoralização do governador"

Deputado cobrou que ministro Camilo Santana faça o entendimento com Cid Gomes
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Deputado federal José Guimarães (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Deputado federal José Guimarães

O deputado federal José Guimarães (PT) tratou como "questão menor" o motivo do estremecimento entre o senador Cid Gomes (PSB) e o governador Elmano de Freitas (PT). Líder do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados, Guimarães considera irreversível a indicação de Fernando Santana (PT) por Elmano para concorrer a presidente da Assembleia Legislativa do Ceará — o estopim da crise. Guimarães foi entrevistado pelo jornalista Luciano Cesário nesta terça-feira, 19, na Rádio O POVO CBN Cariri.

"A indicação para a base do Elmano na Assembleia Legislativa do Fernando Santana é prego batido e ponta virada", afirmou o deputado. "Não vejo como retroceder. Seria uma desmoralização do próprio governador".

Guimarães acrescentou: "O governador Elmano de Freitas tem de ser fortalecido. Ele precisa cada vez mais de apoio". Guimarães considera que só poderia haver alteração de rota a depender do próprio Fernando.

"Qualquer mudança evidentemente passa pelo deputado, mas, do ponto de vista do PT, nós estamos sintonizados com a indicação do Fernando para presidir a Assembleia" , reforçou.

Solidariedade ao governador

Na segunda-feira, Elmano se reuniu com Guimarães, Fernando Santana, a senadora Augusta Brito (PT), o secretário da Articulação Política, Waldemir Catanho, o líder do PT na Assembleia, De Assis Diniz, e o presidente do PT Ceará, Antonio Alves Filho, o Conin. Guimarães disse que foi prestada solidariedade ao governador. "O PT é solidário com o governador Elmano de Freitas, estamos juntos".

O deputado federal reforçou a sintonia sobre a presidência da Assembleia. "Estamos com ele, solidários com a indicação dele para a base discutir o nome do Fernando Santana para a presidência da Assembleia".

Relação Cid e Camilo

Guimarães cobrou que o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), atue para remendar a situação. "A relação com o Cid no Ceará sempre foi muito boa com o PT, mas sobretudo o Camilo e ele. Os dois precisam se entender. Ele precisa procurar o Cid para os dois conversarem, porque a relação histórica no Ceará é entre os dois. Sempre atuaram conjuntamente no Ceará nas eleições, muitas vezes até nos conflitos internos do PT".

Guimarães reforçou: "Quem tem de fazer essa concertação da relação do Cid conosco é o ministro Camilo Santana, pelo histórico dele de relação com o Cid".

"Questões menores"

Guimarães minimizou a situação. "Não é momento para questões menores interditarem uma aliança estratégica que nós temos no Ceará".

Na entrevista, o parlamentar defendeu a posição do partido. "As pessoas têm uma mania de botar culpa no PT. Nós não fizemos nenhuma discussão com o senador Cid Gomes sobre esse rompimento, o PT. Quando nós tomamos conhecimento que o senador fez várias conversas com o ministro Camilo Santana e com o Elmano, só ontem (segunda) é que nós tivemos uma conversa, a direção do PT, uma conversa com o governador Elmano de Freitas".

Guimarães ressaltou não acreditar no rompimento. "Eu não acredito que um projeto que nós iniciamos em 2006, passou oito anos do Cid, oito do Camilo e mais quatro do Elmano, uma questão específica, da indicação de um nome para presidir a Assembleia ou outras questões menores possam quebrar uma aliança que foi a responsável para construir no Ceará, e no Cariri tudo aquilo de bom para o nosso povo".

Ele ressaltou que PT e PSB são aliados no Governo Federal. O partido de Cid tem o vice-presidente da República. "Não acredito que essa discussão do senador com o ministro Camilo e com o Elmano, o governador, tenha qualquer incidência e rompimento com o PT".

O parlamentar fez o histórico de grupos que passaram pelo poder no Estado, como o PSDB de Tasso Jereissati. "Passemos em revista o que aconteceu nos últimos anos no Ceará", afirmou, apontando a supremacia que o partido tinha. "Eu nunca vi ninguém reclamar que o Tasso hegemonizava o Ceará".

Sobre o possível ex-aliado, afirmou: "O Cid foi governador, a mesma coisa. Porque quem governa representa o projeto, portanto é legítima a posição de o governador orientar sua base e indicar um nome para presidir a Assembleia. Não vejo nada que possa comprometer uma aliança que nós temos no Ceará com o PSB, especialmente com o senador Cid Gomes".

E reforçou a crença de que a aliança se mantém. "Acredito que essas questões divergentes e muitas vezes antagônicas não podem se deslocar da centralidade que nós temos no Ceará, que é o projeto de uma aliança que vem governando o Ceará desde 2006, quando nós elegemos o Cid a primeira vez".

A defesa que faz o petista é de trazer mais partidos para a aliança, não perder aliados. "Vamos é ampliar. Por mim, a gente tem de ampliar essa aliança. Levar esses partidos que não estão dentro da aliança ainda para participar do governo Elmano de Freitas", afirmou.

Guimarães ainda falou em eliminar quem faz "fuxico". "Debelar os mal-entendidos, debelar os que torcem contra o projeto, aqueles que ficam fuxicando o tempo todo".

Senado

Guimarães pretende ser candidato a senador em 2026. Camilo Santana já manifestou apoio a Cid Gomes para uma das duas vagas. Eunício Oliveira (MDB) e Chiquinho Feitosa (Republicanos) também querem a posição. O deputado argumenta que a prerrogativa de indicar é de PT e PSB.

"É claro que tem outros partidos, mas eu penso que o PSB tem esse direito, como o PT também. Nós vamos ter de negociar com as outras forças". 

Entenda o desgaste

O rompimento do senador Cid Gomes (PSB) com o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), acontece após a indicação por parte do Executivo estadual do deputado Fernando Santana (PT), para concorrer a presidente da Assembleia Legislativa (Alece) a partir de 2025. O senador reagiu à concentração de poder com o PT.

"Ele não concorda com essa postura e deverá tomar rumo em uma agenda individual, descompromissada com o governo", contou uma fonte ao O POVO.

Ouvido pelo O POVO no último domingo, 17, o deputado estadual Fernando Santana (PT), disse que o motivo da ruptura entre Cid e Elmano, não é por rejeição pessoal a ele, mas com o partido.

"O que eu estou sabendo, pelo menos as informações que chegam até o nosso conhecimento, é que não seria um problema com nomes, e sim com o partido. O que eu estou sabendo, que chega até mim, pelos meus colegas deputados e também pela imprensa", afirmou.

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